Marketing

McDonald’s: drive thru e 100 mil combos à saúde e caminhoneiros

Executivo falou com exclusividade à EXAME sobre a ação que irá doar 100 mil combos de sanduíches e os desafios do negócio na pandemia do novo coronavírus

 (Divulgação)

(Divulgação)

Marina Filippe

Marina Filippe

Publicado em 24 de abril de 2020 às 06h01.

Última atualização em 24 de abril de 2020 às 07h48.

Desde o início da pandemia da covid-19, a rede de restaurantes McDonald's, operada pela Arcos Dorados no Brasil, está realizando doações de alimentos.

Até o momento são 22 mil combos para profissionais de saúde de mais de 70 instituições, em 44 cidades, além de caminhoneiros.

Para acelerar essa ação, o McDonald's Brasil aderiu a campanha Thank you Meal, lançada nos Estados Unidos. Por aqui a meta é doar 100 mil combos com sanduíche, acompanhamento e bebida, o que equivale a um investimento de cerca de 2,5 milhões de reais.

O nome da campanha também ganha uma toque regional e passa a ser McObrigado. Nela os combos são enviados em embalagens customizadas e com recados deixados pelos funcionários das lojas. 

Sobre a ação de marketing e os desafios da pandemia, Paulo Camargo, presidente da divisão Brasil da Arcos Dorados falou à EXAME. 

O que muda na nova etapa de doações? 

A ideia é aumentar o número de instituições beneficiadas, que está em cerca de 100. Também queremos chegar em outros grupos, além dos profissionais de saúde e caminhoneiros, como pessoas em situação de vulnerabilidade. Trabalhamos unindo forças para que o país possa superar esse momento de crise. Diferentemente dos Estados Unidos, não temos um prazo de duas semanas para realizar as entregas, mas prevemos que elas aconteçam em maio.

A ideia de entregar os combos para os caminhoneiros foi local. Como é possível adaptar a campanha para as demandas daqui? 

Até poucos dias atrás estávamos fazendo reuniões diárias com os franqueados para fazer a gestão de crise e enviar as recomendações necessárias. Os franqueados tem voz ativa nas decisões e foi assim que surgiu a inicativa com os caminhoneiros. Um deles tinha feito essa ação e Bauru, no interior de São Paulo, e espalhamos para mais regiões.

Como tem sido a gestão de crise?

Não podemos falar das vendas, mas 62% dos restaurantes estão funcionando por meio do delivery e drive thru, com os salões fechados. Uma das vantagens de se estar em um sistema global neste momento é poder acompanhar os restaurantes que começam a reabrir. Estamos preparando a instalação de barreira acrília nos caixas e as delimitações de distância no chão. Sabemos que, apesar das medidas de segurança, no futuro as pessoas continuarão ressabiadas e nos próximos meses as coisas não serão como antes, mas precisamos acompanhar as próximas novidades.

 

E em relação ao momento atual?

Tendo tanta loja fechada a primeira coisa que fizemos foi dar férias para quem faz parte do grupo de risco. Depois usamos o banco de horas e, por último, as medidas anunciadas na MP 936 de redução de jornada. Não houve demissão em massa e nossa meta é manter os empregos.

Segundo pesquisas, os consumidores têm dado valor às marcas que cumprem uma função social. Como as doações do McDonald's interfere na imagem e no valor da marca? 

Estamos no segmento de comida e faz sentido que ajudemos desta forma, mas a primeira ação que fizemos foi abrir o nosso conhecimento para donos de pequenos restaurantes. Nossa intenção não é apenas distribuir um brinde, é agradecer quem está na linha de frente, seja na saúde, na alimentação ou no transporte. Queremos, neste momento, mudar o bordão "fritas, acompanha?' para "gratidão, acompanha?".

 

Acompanhe tudo sobre:CEOsCoronavírusDoaçõesEntrevistaMcDonald's

Mais de Marketing

Como uma marca de tênis virou símbolo global de desejo — sem gastar um centavo com publicidade

Gwyneth Paltrow vira garota-propaganda de empresa envolvida na polêmica do beijo no show do Coldplay

Labubu maior que a Vale: como personagens digitais superaram empresas em valor de mercado

Agência por trás de Sasha e Marquezine mira expansão internacional e projeta R$ 200 mi em 2025