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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 09h55.
A Casas Bahia, maior rede varejista de móveis e eletrodomésticos do país, vai inaugurar no próximo domingo uma loja especial, com o tamanho de vinte lojas convencionais. Ocupará 25 000 metros quadrados. Nos 30 dias de dezembro em que permanecerá aberta, essa loja deverá ser responsável por 10% do faturamento de 1 bilhão de reais que a rede projeta para o mês.
Caso se concretize a previsão, será um recorde mensal de vendas, mesmo para uma empresa que deve fechar 2003 com uma receita de 5,5 bilhões de reais, 30% a mais que a do ano passado. O 1 bilhão de reais é quase o dobro do que a Bahia faturou em dezembro de 2003.
Instalada no pavilhão de exposições do Anhembi, em São Paulo, ao custo de um aluguel de 550 000 reais, a megaloja já desperta a atenção das agências de turismo, que pretendem trazer para São Paulo caravanas de consumidores de toda parte do Estado, atraídos pela novidade. "Vamos comercializar nesse espaço linhas de produtos que normalmente não vendemos", diz Michael Klein, diretor da Casas Bahia.
A megaloja deve funcionar como laboratório para dezenas de indústrias de bens mais sofisticados, como eletroeletrônicos, testarem a eficácia da Casas Bahia para atingir o público de elite. "Hoje atendemos todas as classes, de A a E", afirma Samuel Klein, fundador da rede, mais conhecida por vender para clientes de baixa renda. Na Bahia, 84% das vendas são feitas a prazo. "Nunca senti a crise", disse Samuel, ao acrescentar que "gostaria de ver o Brasil sendo administrado como a Casas Bahia".
Durante almoço com jornalistas realizado nesta segunda-feira (24/11) em São Paulo, Samuel revelou que está negociando a compra de duas redes de varejo com as quais a Casas Bahia planeja estrear no Rio Grande do Sul. Sem revelar o nome das redes, Klein afirma que o lucro líquido do grupo (são 340 lojas - outras sete serão inauguradas ainda neste ano) atingirá entre 70 e 80 milhões de reais em 2003 e deverá chegar a 100 milhões no próximo ano. Para 2004, a Casas Bahia projeta um faturamento de 7 bilhões de reais. Trinta novas lojas serão abertas no ano que vem, segundo os planos de Klein.
O empresário também está lançando sua autobiografia Samuel Klein e Casas Bahia: uma Trajetória de Sucesso. Nela, Samuel retrata a história de um sobrevivente do Holocausto que chegou há 51 anos no Brasil e foi trabalhar como mascate numa charrete, até montar sua primeira loja e transformá-la num império do varejo.