Roberto Carlos: garoto-propaganda da Nestlé foi a estrela do desfile da Beija-Flor (Divulgação/Beija-Flor)
Da Redação
Publicado em 10 de março de 2011 às 20h27.
Rio - Com o título do carnaval carioca nas mãos, a Beija-Flor de Nilópolis se tornou o centro da disputa de três governos interessados em apoiar a escola no desfile do ano que vem. Nas próximas semanas, a agremiação deve escolher como seu enredo para 2012 o Ceará, retratando principalmente o artesanato local e a figura do Padre Cícero. Enquanto não toma a decisão oficial, a escola é assediada também pelo Ministério da Cultura de Angola e por produtores de vinho do Rio Grande Sul.
Nos últimos meses, integrantes da comissão de carnaval da escola foram a Fortaleza e a Porto Alegre para reuniões com representantes de instituições locais. Uma viagem a Angola está marcada para a semana que vem, mas o diretor de carnaval da Beija-Flor, Luiz Fernando do Carmo, o Laíla, indica que basta um telefonema do governo cearense para que o enredo seja definido.
"Se o Ceará me ligar amanhã, eu nem viajo para Angola", garantiu o dirigente. "O Estado tem uma energia muito grande e eu vi fotos que dariam alegorias fantásticas. Quero voltar até lá para sentir essa energia de perto, mas o Anísio (presidente de honra da escola) já disse que adorou a ideia".
A Beija-Flor espera receber em breve um apoio formal do governo cearense, que pode patrocinar o desfile da escola ou se comprometer a buscar recursos de instituições privadas, como construtoras e bancos.
Os seis campeonatos conquistados pela Beija-Flor nos últimos dez anos transformaram a escola em uma das mais procuradas por patrocinadores, instituições e governos interessados em aumentar sua exposição durante o carnaval. As conversas costumam acontecer meses ou anos antes do desfile.
O enredo sobre Angola também pode ser descartado imediatamente pela Beija-Flor, pois a Vila Isabel já escolheu o país como tema de seu desfile de 2012, segundo o presidente de honra Martinho da Vila. "Pensamos em fazer esse enredo há algum tempo, conversamos com o Ministério da Cultura e decidimos homenagear o país no ano que vem, sem depender de patrocínio", afirmou.
O tema da produção do vinho no Brasil é discutido em parceria com a Vai-Vai, de São Paulo, e a Estado Maior da Restinga, de Porto Alegre. As três escolas conversam com representantes do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), mas ainda não têm empresas formalmente interessadas em patrocinar o projeto.