Mulher com uma bandeira de Israel (Jack Guez/AFP)
Da Redação
Publicado em 3 de dezembro de 2011 às 08h31.
Nova York - Uma campanha publicitária do governo de Israel para convencer expatriados israelenses a deixar os Estados Unidos e retornar para as suas casas em cidades como Jerusalém e Tel-Aviv irritou a comunidade judaica americana. Depois de protestos, o premiê Benjamin Netanyahu ordenou a suspensão imediata das mensagens.
"Apesar de entendermos a lógica por trás da campanha israelense de tentar convencer seus cidadãos que vivem nos EUA a voltar para Israel, estamos preocupados porque algumas pessoas podem se sentir ofendidas pela forma como os vídeos descrevem os judeus americanos", disse Abraham Foxman, diretor-executivo da Liga Anti-Difamação, considerada a principal organização de combate ao antissemitismo e preconceito no país.
Três vídeos fazem parte da campanha, que também utiliza outdoors em cidades como Nova York, Los Angeles e Boston. No primeiro deles, um menino chama o pai que está que está dormindo no sofá com uma revista The Economist no colo. "Daddy" ("papai", em inglês), repete seguidas vezes a criança. Apenas depois de mudar para "abba" ("papai" em hebraico), o pai acorda. De acordo com o comercial, o pai pode manter a identidade israelense, mas o filho a perderá com o tempo e será americano.
Um segundo vídeo mostra uma conversa por videoconferência dos avós em Israel com a neta nos EUA. Os dois estão com o candelabro do Hanukkah, festividade judaica de oito dias que cai normalmente em alguma data entre o fim de novembro e de dezembro, e perguntam para a menina qual feriado ela está celebrando. A criança responde que é o Natal, deixando os avós de cara fechada.
Para completar, um terceiro vídeo mostra um casal jovem voltando para casa em Nova York. Israelense, a menina fica em silêncio ao entrar no computador e observar o dia em memória dos soldados israelenses mortos defendendo o país. O namorado, judeu americano, continua falando sem entender o que está acontecendo. Segundo o Jewish Channel, em Nova York, em crítica à campanha publicitária, "o objetivo é dizer que israelenses perdem a identidade ao se casarem com judeus americanos". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.