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Baixa renda muda perfil de gastos no Natal

Roupas são presentes preferidos em todas as classes, mas eletrônicos se destacam para os emergentes

Natal: valor médio gasto com presentes é de R$ 364,00 (Fernando Moraes/VEJA São Paulo)

Natal: valor médio gasto com presentes é de R$ 364,00 (Fernando Moraes/VEJA São Paulo)

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Da Redação

Publicado em 20 de dezembro de 2010 às 10h19.

Rio de Janeiro - O comércio se anima com a chegada do Natal. Que as vendas de praticamente todos os setores aumenta é um fato histórico, mas se engana quem pensa que o crescimento da renda das classes mais baixas no país e o seu desejo por eletro-eletrônicos faz com que esses sejam os únicos produtos desejados. Nessa época em que muitas pessoas devem ser presenteadas, as roupas se destacam como os produtos mais vendidos.

“A classe A usa a roupa como forma de diferenciação. Mas para as classes D e E elas servem para que essas pessoas sejam aceitas em locais onde antes não eram”, afirma Renato Meirelles, Sócio Diretor do Data Popular. O instituto foi responsável por uma pesquisa que constatou que 83% das pessoas das classes D e E pretendem comprar roupa nesse fim de ano. Segundo outro estudo realizado pela GfK, envolvendo todas as classes, 56% dos brasileiros também comprarão produtos têxteis neste fim de ano.

Boa parte dos consumidores (39%) também pretende gastar mais em 2010 do que nos últimos três Natais. O valor médio é de R$ 364,00. Do total, 12% gastará até R$ 116,00, 13% de R$ 117,00 a R$ 232,00, 22%, de R$ 232,00 a R$ 580,00 e 16% acima de R$ 581,00. Boa parte desse dinheiro será gasto em lojas de departamentos e supermercados. Esses locais são os preferidos para 55% das pessoas por fazerem parte do dia a dia dos consumidores.

Brinquedos e eletrônicos aparecem logo depois das roupas

“As pessoas têm que ir aos supermercados toda semana, então fica mais fácil fazer as compras já ali”, afirma Antônio Perrella, Diretor de Atendimento a Clientes da GfK. Analisando por sexo, essas são as escolhas de 59% dos homens e 51% das mulheres. “Esse número é maior entre o sexo masculino porque eles preferem concentrar as suas compras”, conta Perrella. As lojas de rua aparecem em segundo lugar (17%) e são mais preferidas pelas mulheres (22%) do que pelos homens (12%).

Entre os outros produtos que serão cobiçados por todas as classes estão os brinquedos, com 25% das intenções de compra. Por outro lado, 21% dos consumidores não sabem que presentes comprar. Desses, 24% são homens e 18% mulheres. Mas quando se trata especificamente das classes D e E, aí sim os produtos eletrônicos aparecem logo depois das roupas.

“Essas preferências tem a ver com o fato de essas classes estarem começando a equipar as suas casas”, conta Meirelles, do Data Popular. Celulares aparecem em segundo lugar, com 36%, computadores em terceiro, com 29%, e TV com 26%. “Os computadores representam um investimento no aumento da renda da família”, diz o executivo.

Emergentes estão mais maduros

Mas não são só roupas e eletrônicos que caracterizam o consumo das classes D e E neste Natal. O aumento de renda desse consumidor se reflete também na ceia. “Assim como as roupas, a fartura nas mesas das classes mais baixas é uma forma de eles sentirem que não estão mais pobres”, conta Meirelles sobre o fato de a classe D já comprar 90% das categorias consumidas pela classe C e mais de 80% do que as classes A e B levam dos supermercados.

Além das compras, muitos consumidores das classes D e E aproveitarão o seu décimo terceiro salário para pagar dívidas. “Dos 17 milhões que essas pessoas injetarão no mercado, 40% serão para o pagamento de dívidas e 35% para as compras de Natal”, afirma Renato Meirelles. “Isso é um sinal muito importante de amadurecimento desse consumidor”, completa o sócio-diretor do Data Popular sobre o primeiro Natal em que a classe D aparece como segunda maior classe de massa, fato que promete mudar características não só dos próximos anos, mas de toda a economia brasileira.

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