Apple recupera o título de marca mais valiosa do mundo (Getty/Getty Images)
Editora-assistente de Marketing e Projetos Especiais
Publicado em 17 de janeiro de 2024 às 00h01.
Última atualização em 17 de janeiro de 2024 às 00h05.
A consultoria internacional Brand Finance divulgou o novo ranking das 500 marcas mais valiosas do mundo. A gigante de tecnologia Apple lidera o levantamento, com um valor de 516,6 bilhões de dólares, seguida pela Microsoft (340,4 bilhões de dólares), Google (333,4 bilhões de dólares), Amazon (308,9 bilhões de dólares) e Samsung Group (99,4 bilhões de dólares).
O material completo será apresentado ao mercado nesta quarta-feira, 17, durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. O estudo da Brand Finance é um dos mais respeitados do mundo, sendo usado por investidores, empresas e empresários para definir estratégias e ações.
Para compilar o ranking, a consultoria leva em consideração o reconhecimento das marcas, sua importância e a reputação junto à sociedade. O boca a boca — ou seja, quanto a marca tem de engajamento espontâneo junto ao público, sem a necessidade de propaganda — também foi incluído pela consultoria.
Líder da edição 2024, a Apple alcançou um crescimento excepcional no valor da marca este ano, aumentando de 219 mil milhões de dólares (74%) para 517 mil milhões de dólares e recuperando o título de marca mais valiosa do mundo.
A gigante de tecnologia obteve um aumento notável, mesmo com a estagnação das vendas do iPhone, tendo em vista sua estratégia de encontrar novos mercados, expandir ecossistema e incentivar atualizações para aparelhos de maior valor. A empresa manteve posição dominante no mercado de smartphones de ponta, com uma participação de 71%.
“A Apple aumentou o valor da sua marca através da diversificação estratégica e da premiumização. Mais de 50% dos entrevistados reconheceram a empresa como cara, mas afimaram que o preço se justifica, reforçando a capacidade da marca de exigir um valor premium”, diz David Haigh, presidente e CEO da Brand Finance.
A pesquisa ainda mostrou uma alta significativa entre as marcas que investiram fortemente em inteligência artificial, motivo que levou a Nvidia a se tornar a companhia de crescimento mais rápido do mundo, com um aumento de 163% no valor da marca para 44,4 bilhões de dólares. A empresa americana, um dos principais players em chips de IA, é percebida como altamente inovadora, com níveis crescentes de familiaridade, consideração e recomendação.
Das 500 marcas listadas no relatório global da Brand Finance em 2024, somente três são brasileiras: Itaú (8,3 bilhões de dólares), classificado em 263º lugar, Banco do Brasil (5,5 bilhões de dólares) e Bradesco (5 bilhões de dólares), em 431º e 477º, respectivamente.
“Novamente os bancos lideram as marcas brasileiras mais valiosas em nível global. Um propósito bem definido, associações e atributos emocionais de marca, e inovação, alinhados com uma boa comunicação e alto volume de receita, fazem Itaú, Banco do Brasil e Bradesco as marcas nacionais mais valiosas em nível mundial", diz Eduardo Chaves, diretor da Brand Finance no Brasil.
Ainda de acordo com o executivo, o segmento bancário carrega um grande potencial de crescimento que vem sendo absorvido pelas marcas do setor. "Uma boa gestão da experiência e relacionamento com o cliente elevam os indicadores de força de marca e consequentemente aumentam as vendas", complementa.
Paralelamente ao ranking global, a Brand Finance também realiza anualmente um levantamento para destacar as 100 marcas mais valiosas do Brasil. Segundo a última publicação, realizada em 2023, a lista foi liderada por bancos, nesta ordem: Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Petrobras, Caixa, Vale, Natura, Skol, Brahma e Sadia.
A América Latina é representada por outras duas marcas mexicanas no ranking global da Brand Finance, além dos bancos brasileiros: Corona Extra (10,4 bilhões de dólares), classificada em 207º lugar, e Modelo Especial (5,2 bilhões de dólares), listada na 455º posição. O valor das cinco companhias latino-americanas totaliza mais de 34,4 bilhões de dólares, um aumento de 9% em relação as cinco marcas presentes em 2023.
A Corona Extra, marca mais valiosa da América Latina, aumentou o seu valor de marca em 40%, chegando a 10,4 bilhões de dólares, superando o Itaú. A pesquisa revelou uma alta significativa na força da marca globalmente, impulsionada por um aumento nos níveis de consideração, reputação e percepções do consumidor ligadas a questões e iniciativas de sustentabilidade. Além disso, a companhia se beneficiou de um aumento de 19% nas vendas fora do México.
O processo de internacionalização e geração de volume de vendas fora do Brasil, segundo Eduardo Chaves, diretor da Brand Finance no Brasil, são formas de aumentar receita das marcas, e assim crescer em termos de valor. "As marcas brasileiras precisam gerar receita superior, e principalmente em dólar, para figurar em posições acima das atuais".
Outra variável, que tornará as companhias nacionais ainda mais valiosas, é a gestão da imagem e a força da marca. "Marcas mais fortes também se tornam mais valiosas. Hoje o índice das brasileiras mais valiosas do mundo não supera o indicador 80 de 100 do BSI (força da marca) da Brand Finance. As mais fortes giram em torno de 90", explica Chaves.
"Uma gestão analítica da marca alinhada com estratégias de expansão e maximização de receita interna, e principalmente externa ao Brasil, com certeza trarão mais marcas brasileiras para o índice Global 500 da Brand Finance", complementa o executivo.
1. Apple (US$ 516.6 bi)
2. Microsoft (US$ 340.4 bi)
3. Google (US$ 333.4 bi)
4. Amazon (US$ 308.9 bi)
5. Samsung Group (US$ 99.4 bi)
6. Walmart (US$ 96.8 bi)
7. TikTok/Douyin (US$ 84.2 bi)
8. Facebook (US$ 75.7 bi)
9. Deutsche Telekom (US$ 73.3 bi)
10. ICBC (US$ 71.8 bi)
11. Verizon (US$ 71.8 bi)
12. State Grid Corporation of China (US$ 71.1 bi)
13. Instagram (US$ 70.4 bi)
14. China Construction Bank (US$ 65.6 bi)
15. Starbucks (US$ 60.7 bi)
16. Agricultural Bank Of China (US$ 60.4 bi)
17. Mercedes-Benz (US$ 59.4 bi)
18. Tesla (US$ 58.3 bi)
19. Oracle (US$ 53.1 bi)
20. Home Depot (US$ 52.8 bi)
21. Toyota (US$ 52.7 bi)
22. Bank of China (US$ 50.5 bi)
23. Shell (US$ 50.3 bi)
24. Moutai (US$ 50.1 bi)
25. AT&T (US$ 49.3 bi)