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Arábia Saudita leva evento de boxe para Times Square e reforça sua estratégia esportiva global

O local, um dos pontos turísticos mais famosos do mundo, foi pensado para dar visibilidade global ao evento e aos investimentos esportivos sauditas

Times Square: um dos lugares mais famosos do mundo. (Leandro Fonseca/Exame)

Times Square: um dos lugares mais famosos do mundo. (Leandro Fonseca/Exame)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 1 de maio de 2025 às 09h12.

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A Arábia Saudita prepara um novo movimento no cenário esportivo global. Nesta sexta-feira, 2 de maio, o país promete transformar a Times Square, em Nova York, em palco para um evento inédito de boxe. A iniciativa conta com a presença de estrelas da modalidade como Teofimo Lopez, Devin Haney e Ryan Garcia, e será transmitida pela plataforma DAZN. A ação, organizada em parceria com a revista The Ring, foi idealizada por Turki Alalshikh, presidente da Autoridade Geral de Entretenimento da Arábia Saudita, e estima-se que tenha um custo superior a US$ 30 milhões.

A escolha da Times Square como cenário não é casual. O local, um dos pontos turísticos mais famosos do mundo, foi pensado para dar visibilidade global ao evento e aos investimentos esportivos sauditas. Para especialistas, a ação faz parte da estratégia de reposicionamento internacional do país. “Colocar o ringue em um dos pontos mais conhecidos do mundo é uma ação criativa. Vai chamar atenção até de quem não acompanha boxe”, afirma Victor Schildt, diretor da Recoma, empresa que apoia competições da Confederação Brasileira de Boxe.

Esse movimento integra a Saudi Vision 2030, plano estratégico que busca ampliar a presença global da Arábia Saudita em diversas áreas. “Assim como o Catar fez com a Copa de 2022, a Arábia Saudita usa o esporte como vitrine internacional para ampliar sua influência econômica e cultural”, diz Ivan Martinho, professor de marketing esportivo da ESPM. A estratégia já rendeu frutos em outros esportes, como a Fórmula 1, que passou a contar com o circuito de Jeddah em 2021, e o futebol, com a contratação de grandes nomes, como Cristiano Ronaldo.

Outro lado

Apesar do destaque, as ações do país no esporte têm gerado críticas de entidades de direitos humanos e acusações de sportswashing, prática de usar eventos esportivos para melhorar a imagem internacional. No mês passado, a Anistia Internacional emitiu um posicionamento contra a escolha da Arábia Saudita como sede da Copa de 2034, citando violações aos direitos humanos. Relatórios da ONU também apontam o país entre os cinco piores nesse quesito.

Recentemente, o Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita (PIF) tentou contratar o jogador brasileiro Vini Jr. por valores especulados em 1 bilhão de euros, com o objetivo de tê-lo como embaixador da Copa. Embora a proposta tenha sido recusada, há expectativa de retomada das conversas em 2025. Paralelamente, o governo lançou uma série documental na Netflix, Os Craques do Campeonato Saudita, com o objetivo de mostrar o impacto positivo do investimento no futebol local.

“A transformação da Times Square em um ringue reforça o poder de investimento e a ambição saudita em se tornar uma potência esportiva global”, analisa Ney Ferreira, da agência End to End. Para Henrique Borges, da Somos Young, o país também tem apostado na tecnologia como aliada para transformar a experiência dos torcedores. Segundo ele, a tendência é que novos eventos sigam o mesmo modelo, integrando esporte, entretenimento e inovação como instrumentos de projeção internacional.

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