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Após viralizar, Magalu muda forma de denunciar violência doméstica em app

Casos aumentam na pandemia do novo cornavírus e varejista Magazine Luiza anuncia novas funcionalidades para incentivar denúncias

Magazine Luiza: aplicativo da loja divulga como denunciar violência doméstica (Magalu/Reprodução)

Magazine Luiza: aplicativo da loja divulga como denunciar violência doméstica (Magalu/Reprodução)

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Marina Filippe

Marina Filippe

Publicado em 2 de junho de 2020 às 10h01.

Última atualização em 2 de junho de 2020 às 10h30.

O botão de denúncia para violência doméstica, disponível no aplicativo do Magazine Luiza de forma discreta desde o ano passado, viralizou nas redes sociais na última semana. Agora, a empresa anuncia novas melhorias na funcionalidade.

A primeira mudança foi na aparência da tela, que deixa de ter uma cor específica e fica muito parecida com a de um carrinho de compras. A intenção é ser ainda mais discreta.

Se antes, a única opção era ligar para o 180, a Central de Atendimento à Mulher, agora é possível também ligar para o 190 em caso de emergência ou abrir um chat para o atendimento via Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. 

Segundo a empresa, essa é uma forma de auxiliar em diferentes momentos e modos. A situação complicada nem sempre permite que a mulher ligue quando está perto de um agressor, em outros casos, a vítima pode não estar familiarizada com mecanismos de texto.

Segundo mensagem no app da companhia, 99% das mulheres não conhecem o 180 e, a divulgação da funcionalidade é também uma forma de falar abertamente sobre o tema e apoiar as mulheres para que elas não se sintam sozinhas e tenham segurança para denunciar.

Para isso, o Magazine Luiza tornou formal um comitê -- visto que já tinha parceiras há pelo menos três anos -- com Silvia Chakian, promotora de justiça do grupo especial de enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a mulher, ElizabethScheibmayr, advogada que atua no comitê de igualdade racial do grupo Mulheres do Brasil e Jacira Melo e Marisa Sanematsu, do Instituto Patrícia Galvão.

Consistência nas ações

O Magazine Luiza pretende continuar falando sobre o tema para também educar a população. No Dia da Mulher de 2018 a empresa lançou a campanha #EuMetoAColherSim, na qual uma colher com o número 180 foi vendida por 1,80 real e o valor redirecionado para o Instituto Patrícia Galvão. No último dia 18, um post no Instagram parecia anunciar produtos de beleza também por 1,80 real, mas, na verdade, era um pretexto para divulgar o número de telefone de apoio.

No canal de denúncias interno do Magazine Luiza, além de receber relatos sobre o que acontece dentro da empresa, há a opção de denunciar violência doméstica. Desde 2017, quando a coleta desses depoimentos começaram, foram 392 denúncias entre os cerca de 35 mil funcionários.

Coronavírus e violência doméstica

Durante a pandemia do novo coronavírus, porém, foi percebida uma queda no número de denúncias no canal do Magazine Luiza. Foram cerca de 60 entre novembro e dezembro de 2019, e 10 nos últimos dois meses. A diminuição acende um alerta para necessidade de fazer com que as mulheres denunciem, visto que, muitas vezes, os relatos chegam pelos líderes das mulheres que agora, por vezes, estão em casa. A varejista abriu 40% de suas lojas nas últimas duas semanas.

No Brasil, uma mulher foi vítima de feminicídio a cada 7 horas em 2019. Em março deste ano, já na quarentena, os casos de vioência contra a mulher subiram 45% no estado de São Paulo em comparação com o mesmo período do ano passado. No Rio de Janeiro o crescimento é de 50%. 

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