Álvaro Garcia, vice-presidente de marketing da Mondelēz Brasil (Divulgação/Mondelēz Brasil)
Editora-assistente de Marketing e Projetos Especiais
Publicado em 31 de março de 2024 às 17h12.
Última atualização em 31 de março de 2024 às 17h29.
Atenta ao aumento recorde do preço do cacau, principal matéria-prima dos ovos de Páscoa, a Mondelēz Brasil, dona de marcas como Lacta e Bis, apostou em uma estratégia de marketing para reforçar itens presenteáveis do portfólio e impulsionar as vendas durante a temporada festiva, tanto nas lojas físicas quanto online. A expectativa da companhia é de alta de até 15% na comparação com o mesmo período do ano passado.
“A Páscoa tem se tornado, nos últimos anos, um momento de consumo de chocolates em geral”, diz Álvaro Garcia, vice-presidente de marketing da companhia no Brasil, em entrevista à EXAME. O executivo ainda se apoia na variedade das marcas para fazer frente à concorrência. “Oferecemos desde um Sonho de Valsa, que custa R$ 1,50, até um ovo especial com tripla camada de R$ 70”, complementa.
De acordo com pesquisa da Kantar, encomenda pela Mondelēz Brasil, 53,9% dos consumidores optaram por consumir produtos do portfólio regular de chocolates durante a Páscoa em 2023 - ou seja, escolheram itens que são vendidos ao longo do ano, como barras de chocolate, caixas de variedades e wafers recheados.
Desse total, 23,4% preferiram mixar produtos, incrementando a cesta de sazonais com itens de diferentes tamanhos e formatos, uma alta de 5,7% em relação a 2022. Já a parcela dos que escolheram exclusivamente pelo portfólio regular foi ainda maior, de 30,5% - com crescimento estável de 0,9%. O público fiel aos ovos representou 12,2%, uma redução de 3,2%, e os que não consumiram nada durante o período, 33,9%.
Ainda segundo o levantamento da Kantar, 1/3 do volume de chocolate nos lares brasileiros na Páscoa do ano passado foi presenteado, uma mudança de comportamento do consumidor também observada pelas marcas. A Lacta, por exemplo, tem visto alguns de seus principais produtos serem cada vez mais procurados na sazonalidade.
“Para 2024, fizemos todo o nosso envelopamento de campanha, seja de ovos ou chocolates, relacionado ao ato de presentear”, afirma o vice-presidente de marketing da Mondelēz Brasil.
Assim como no Natal, as embalagens comemorativas das barras de chocolate e das caixas de variedade de Lacta na Páscoa acompanharam mensagens como ‘Te Adoro’, ‘Com amor’, ‘Obrigado’ e ‘Felicidades’.
A campanha ainda contemplou mídia out of home (publicidade externa) e ativações em pontos de vendas, como uma uma loja temática do mercado Oxxo em Campinas, no interior de São Paulo, e uma parreira de ovos de Páscoa na Estação Pinheiro da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), na capital paulista.
“Essa é a maneira que a gente procura se diferenciar no mercado. Portfólio, execuções especiais e campanhas fortes e bem emotivas, falando do propósito da marca”, destaca o executivo, que aumentou em 25% o investimento total em marketing. “Fizemos grandes apostas, a exemplo do Morumbis, para acelerar o crescimento das categorias e da Mondelēz no Brasil.”
Na Páscoa, as ações de comunicação são voltadas especialmente para as marcas mais vendidas, entre elas, Lacta, Bis e Sonho de Valsa. “Em termos de volume de produção, houve um aumento de 10% para a temporada em relação a 2023. A mobilização da empresa iniciou há 18 meses. Foram contratados 500 funcionários temporários para a fábrica da Mondelēz Brasil em Curitiba, no Paraná”, diz.
Com o mote ‘Fale tudo com Lacta’, a campanha de Páscoa da Mondelēz Brasil também se estendeu ao ambiente digital, para atender a uma mudança de comportamento do consumidor que desde a pandemia tem comprado mais pela internet. Atualmente, a fabricante de chocolates está presente em mais 100 mil lojas de e-commerce.
Em parceria com a Meta, a empresa permitiu que consumidores pudessem enviar mensagens personalizadas por meio do Facebook e do WhatsApp, que chegavam como um presente em forma de chocolate virtual da Lacta. Já com o Ifood, foi lançada uma espécie de caça aos ovos com descontos no aplicativo.
“A ideia era levar um pouco dessa magia da Páscoa e do ato de presentear para os pontos físicos, embalagens e mundo virtual, onde as vendas aumentaram 15% em 2023. Em 2019, era 0%. Esse ano, esperamos que chegue a 20%”, destaca Garcia.
Segundo ele, além de comprar pelo e-commerce, as pessoas têm feito uma navegação mais fluida (omnichannel) entre os canais de venda, por exemplo, comprando em loja física e pedindo para entregar em casa. “Parte do que a gente faz na Páscoa também é garantir que todo o ecossistema digital e das lojas esteja integrado”, finaliza.