Cine Belas Artes: com patrocínio, cinema passará a se chamar "Petra Belas Artes". (Divulgação Cinema Belas Artes/Divulgação)
Vanessa Barbosa
Publicado em 2 de maio de 2019 às 12h18.
Última atualização em 2 de maio de 2019 às 12h40.
São Paulo - Após perder o patrocínio da Caixa Econômica Federal, em fevereiro deste ano, o tradicional cinema de rua paulista Cine Belas Artes viveu dias de incerteza a procura de um novo padrinho. Felizmente, a angústia durou pouco.
Na manhã desta quinta-feira, André Sturm, diretor do cinema, anunciou a nova parceria com a cervejaria Petra, pertencente ao Grupo Petrópolis.
O valor do contrato não foi divulgado, mas é superior ao anterior da Caixa Econômica Federal, e "bastante expressivo", segundo Sturm. Suficiente para garantir o pagamento do aluguel do espaço (estimado em R$ 2 milhões por ano) e demais operações do cinema situado ao lado do metrô Paulista, em endereço nobre da cidade.
Segundo ele, a empresa procurou o cinema e só impôs uma condição, de que o contrato fosse de 5 anos e não de 3, como inicialmente proposto no contrato.
"O investimento é totalmente feito com recursos do marketing da empresa, sem nenhum benefício fiscal, o que valoriza ainda mais essa parceria. Isso mostra a compreensão do valor que a cultura tem para o país, que não é só porque tem algum benefício fiscal que a empresa vai querer investir", disse Sturm, em referência à Lei Rouanet, do qual se declarou um defensor.
Assim como no patrocínio anterior com a Caixa, o contrato envolve a venda de "naming rights", com isso, o nome do cinema mudará para "Petra Belas Artes".
"Acreditamos que todas as empresas deveriam ter em seus planejamentos e pautas, discussões sobre esses espaços culturais públicos para engrandecê-los. Espaços como o Belas Artes são responsáveis por construir cidadãos melhores", declarou Eliana Cassandre, gerente de Propaganda do Grupo Petrópolis.
Com seis salas de projeção, o Belas Artes foi eleito o melhor cinema de rua e o detentor da melhor programação alternativa de São Paulo, segundo pesquisa Datafolha.
O fim do patrocínio da Caixa ocorreu na esteira de uma série de revisões que o governo Bolsonaro realizou nos programas de financiamento estatal à cultura do país.