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Após crise, chefe de agência manda devolver prêmio de Cannes

O chefe de criação global da BBDO mandou a filial brasileira devolver os prêmios de Cannes após a polêmica campanha para a Bayer, que sofreu duras críticas

Campanha da Aspirina, criada pela AlmapBBDO: pessoas consideraram a campanha machista (Reprodução)

Campanha da Aspirina, criada pela AlmapBBDO: pessoas consideraram a campanha machista (Reprodução)

Guilherme Dearo

Guilherme Dearo

Publicado em 24 de junho de 2016 às 12h29.

Última atualização em 13 de abril de 2021 às 09h11.

São Paulo - A polêmica campanha da Bayer no Brasil (criada pela AlmapBBDO) - que ganhou prêmios em Cannes e depois foi duramente criticada pelo conteúdo machista - sofreu mais um revés.

Depois de pedir desculpas pelo teor dos anúncios, a AlmapBBDO anunciou em Cannes que iria retirar esse trabalho do festival.

Assim, os prêmios conquistados pelos anúncios (um bronze na categoria Outdoor e um bronze na categoria Print & Publishing), serão devolvidos.

A ordem veio diretamente de David Lubars, chefe global de criação da BBDO.

Em Cannes, para a imprensa, ele falou duramente sobre a polêmica:

"Descobri na noite passada que uma de nossas agências tinha um anúncio um tanto controverso no festival e que ele ganhara um Leão de Ouro. Eu pedi a eles para devolverem o prêmio. Eu não quero esse tipo de Leão. A BBDO não quer esse tipo de Leão".

Acusações

Na imprensa estrangeira, a Bayer disse que foi a própria AlmapBBDO quem "bancou" os anúncios, somente para que eles concorressem em Cannes.

A empresa disse achar que os anúncios foram criados "apenas para ganhar prêmios para a agência".

A divulgação para os consumidores teria sido muito limitada e feita somente para cumprir os requisitos de inscrição do festival.

Ela também garantiu que não deixará que os cartazes sejam veiculados novamente.

Disse a Bayer ao site AdWeek:

"A campanha foi apresentada ao nosso time no Brasil pela AlmapBBDO como uma entre diversas campanhas que a agência pretendia submeter ao Festival de Cannes desse ano. Para cumprir os requisitos para a inscrição, a agência pagou para que os anúncios fossem veiculados de maneira limitada no Brasil. A Bayer não faz propaganda de aspirina no Brasil há muitos anos".

À EXAME.com, a marca deu o seu posicionamento oficial:

"Em relação à campanha publicitária criada pela AlmapBBDO para a marca Aspirina, a Bayer esclarece que a agência apresentou o conceito para a empresa no Brasil, assim como de outras campanhas que pretendia exibir no festival Cannes Lions deste ano. A veiculação foi de responsabilidade da agência a fim de atender os requisitos para submissão em Cannes. A Bayer solicitou à Almap BBDO a descontinuidade da campanha bem como a divulgação, promoção subsequente ou adicional do anúncio".

Resposta da AlmapBBDO

"A AlmapBBDO lamenta que o anúncio de Aspirina, do nosso cliente Bayer, tenha causado constrangimentos e esclarece que não houve a intenção de tratar com indiferença abusos de qualquer natureza. Repudiamos a prática de filmagem não consensual e qualquer espécie de violência ou invasão de privacidade. Ficaremos atentos para evitar o problema no futuro. Por esta razão, já entramos em contato com a direção do Festival de Cannes e solicitamos a retirada imediata das peças de nosso cliente Bayer".

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