Marketing

Apesar da crise, cresce valor dos clubes brasileiros

30 clubes abordados valem R$ 7,39 bilhões, crescimento de 19% em relação a 2013


	Torcida do Corinthians: o time paulista permanece como a marca mais valiosa
 (Reprodução/Corinthians/Divulgação)

Torcida do Corinthians: o time paulista permanece como a marca mais valiosa (Reprodução/Corinthians/Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 31 de julho de 2014 às 14h57.

São Paulo - Os clubes de futebol do Brasil continuam com o pires na mão e em busca de socorro para ao menos amenizar a crise financeira em que estão metidos. A aposta da vez é o Proforte, projeto cuja aprovação está sendo encaminhada pelo governo e que vai refinanciar as dívidas tributárias. No entanto, continuam sendo valorizados. É o que conclui estudo sobre o valor das marcas dos clubes brasileiros realizado pela BDO.

O trabalho feito pelo sétimo ano seguido pela empresa de consultoria e auditoria mostra que os 30 clubes abordados valem R$ 7,39 bilhões, crescimento de 19% em relação a 2013 e de 76% nos últimos cinco anos. O Corinthians permanece como a marca mais valiosa, com R$ 1.236,1 bilhão ante R$ 1.006,1 do Flamengo.

A avaliação teve como base 21 diferentes variáveis, entre elas dados financeiros retirados dos balanços, informações referentes ao marketing dos clubes e pesquisas que aferiram hábitos, características e poder aquisitivo dos torcedores. E concluiu que a evolução está ligada a fatores como o aumento das cotas de TV, melhora na receita com marketing e ampliação dos programas de sócio-torcedor, entre vários outros.

O valor da marca de um clube é determinado, em última instância, pelo seu potencial de exploração comercial. E apesar da ducha de água fria representada pelo fracasso da seleção brasileira na Copa, o mercado permanece favorável para a valorização, desde que os encarregados pelos clubes conheçam o mercado e saibam explorá-lo.

Pedro Daniel, gerente da área Esporte Total da BDO e responsável pelo estudo, considera, porém, que os clubes precisam aprofundar essa exploração. E, apesar do crescimento constante, ele observou um dado preocupante no último estudo.

"Não ocorreu nenhum grande negócio de patrocínio nos últimos tempos, fora os ligados às empresas estatais", disse, referindo-se às parcerias como as da Caixa Econômica Federal com Corinthians e Flamengo.

ALÉM DAS FRONTEIRAS - Um caminho para os clubes tornarem suas marcas cada vez mais valorizadas é a internacionalização. Esse, porém, é um trabalho que ainda está incipiente e o consultor Pedro Daniel considera que a oportunidade representada pela Copa foi perdida pelos brasileiros.

"Não houve um trabalho de apresentação dos clubes ao público estrangeiro, apesar da intensa movimentação da mídia internacional e de muitos clubes terem cedidos seus CTs para treinos de seleções. Era a oportunidade de tornar os clubes conhecidos lá fora", avaliou.

Esse conhecimento, claro, proporcionaria receita. Pedro Daniel lembra que grandes clubes europeus já obtêm parte significativa de sua renda em mercados emergentes como a China. "E os argentinos já olham para fora. O Boca Juniors, por exemplo, tem loja em Nova York", contou.

Essa falha já foi percebida pelo diretor de marketing do Corinthians, Izael Sinem Júnior. Ele entende que a passagem do atacante chinês Zizao pelo clube não foi bem explorada. "Ele quase não jogou. Isso atrapalhou", admitiu.

Uma das metas do executivo é estabelecer um convênio entre o Corinthians e o mercado chinês. O São Paulo já tem acordo com o Shandong Luneng, um dos principais clubes da China. "Mas outros aspectos também são importantes para a valorização contínua da marca, como investir na ocupação dos estádios e na venda de produtos", sugeriu Pedro Daniel.

Acompanhe tudo sobre:CorinthiansEsportesFutebolMarcas

Mais de Marketing

Empresa de relógios vintage usa estratégia de cross marketing para engajar clientes

Black Friday: como aproveitar os descontos sem cair em golpes

O Boticário lança maior produção audiovisual de sua história com campanha de Natal

Jaguar, Saint Laurent, Burberry...Por que as logomarcas estão ficando tão parecidas?