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André Matarazzo: TV emburrece e publicidade é ególotra

Para CEO da Gringo, publicidade no Brasil ainda é "muita aparência e pouco conteúdo"

André Matarazzo, da Gringo (Divulgação)

André Matarazzo, da Gringo (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 29 de maio de 2011 às 13h03.

São Paulo – André Matarazzo é um fiel representante do tribalismo cosmopolita. Na pele, tatuagens. Nas mãos, um iPad, e na cabeça, uma inquietude característica dos empreendedores. Com pouco mais de 30 anos, já morou em países como Suécia, Estados Unidos, Canadá, Holanda e Japão, mas escolheu o Brasil para fundar a agência Gringo. Veja a seguir o que ele tem a dizer sobre criatividade, tendências e referências.

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Onde você busca notícias?

André Matarazzo - Durante muito tempo eu li a The Economist, mas acabei me desconectando disso. Gosto muito de tecnologia, até mais do que de publicidade. Acho publicidade é um território muito egocêntrico no Brasil, chatíssimo. Costumo ver sempre o Gizmodo, Wired... BBC também. Tem um jeito de a informação ser passada hoje que é muito melhor, que são as mídias sociais. Tenho lá pessoas que sabem pelo que eu me interesso e, por lá, a informação vem até mim.

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Em que momento do dia você se atualiza?

Matarazzo - A primeira coisa que eu faço quando acordo é acessar esses sites. Faço isso à noite também, depois do trabalho.

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Notebook, smartphone, tablet, veículos impressos?

Eu uso muito iPad. Tablet acabou virando uma interface de quando eu estou relaxando. É entretenimento, então eu acabo tendo mais chance de me informar quando estou em casa.

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De onde vem a criatividade?

Matarazzo - O criativo está muito ligado à cultura do novo. As pessoas mais criativas são as que fazem conexões que nunca foram feitas. Elas têm o poder de fazer as conexões corretas. Isso é o que torna algo criativo.

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O que você está lendo agora?

Matarazzo - The Fountainhead  (A Nascente), de Ayn Rand. Ele iniciou uma linha de pensamento chamado objetivismo, que diz que o ser humano precisa ser um pouco individualista, egoísta. É bem filosófico. É um livro gigantesco, mas eu estou lendo sem parar.

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Na televisão, do que você gosta?

Matarazzo - Eu não tenho televisão. Nunca entro em contato com televisão. Ela me hipnotiza demais. Televisão emburrece. É um pouco uma questão de “management” do meu tempo. Fiz um esforço para não tê-la.

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E séries? Acompanha alguma?

Matarazzo - House e America's Next Top Model. Eu baixo elas e vou assistindo aos poucos. Descobri House meio tarde, mas adoro.

EXAME.com - Quais as referências para suas tatuagens

?

Matarazzo - Gosto muito de tatuagens tribais. Agora eu penso em fazer alguma coisa baseada nos índios brasileiros. Algo geométrico. 



EXAME.com - 
Como você enxerga a Gringo?

Matarazzo - A Gringo é meu filho. É, até hoje, o maior projeto da minha vida. Não penso na Gringo como um negócio, e sim como uma criança. Quero que ela brilhe. Acho que o mercado percebe a Gringo como uma agência muito criativa e estável. Vejo meu filho como uma criança com bons valores, de quem eu me orgulho.

EXAME.com - 

O que não pode faltar no dia a dia da Gringo?

Matarazzo - Desafios. Acho que qualquer desafio que é colocado na Gringo é visto aqui como algo muito maior.

EXAME.com - A publicidade do Brasil é diferente da que se faz em outros países?

Matarazzo - Publicidade no Brasil ainda é muita aparência e pouco conteúdo. Vejo um ambiente muito cheio de picuinhas. Existe um nível de criatividade maior aqui, mas infelizmente um nível de organização menor. Tem muito essa coisa emocional e descontrolada. 

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O que está bombando no marketing digital?

Matarazzo - Bom, hoje tudo é social e compartilhável, mas também muito pessoal. Hoje você tem experiências muito particulares, personalizáveis. E tem a mobilidade. Estamos falando de você com um dispositivo móvel onde quer que você esteja.

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Algum projeto pessoal em andamento? Soube que você está fazendo algo semelhante ao It Gets Better...

Matarazzo - Tenho realmente um projeto inspirado no It Gets Better. A campanha de lá procura mostrar aos gays que as coisas melhoram com o tempo e que eles não precisam se matar - a taxa de suicídio lá é alta entre gays. Pensei em fazer aqui, mas não tanto com essa coisa do suicídio, e sim explorando coisas que eu gostaria de saber tempos atrás, quando eu estava "saindo do armário'. Entrevistamos 30 pessoas para o filme. Lançamos nesta sexta-feira (27). Chama-se Não gosto dos Meninos. Vai estar no YouTube a partir deste sábado (28).

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