Sanduíche de fast food: governo de São Paulo já vem demonstrando algumas tendências na linha da alimentação saudável para as crianças
Da Redação
Publicado em 29 de janeiro de 2013 às 12h05.
São Paulo - O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, tem até hoje para sancionar ou vetar um projeto de lei que restringe anúncios de alimentos não saudáveis para crianças. Permitida no Brasil, mas sujeita a algumas regras, a publicidade dirigida ao público infantil é um assunto sempre delicado. Se por um lado há quem defenda o equilíbrio e a atuação da autorregulamentação através do Conar, apenas para coibir abusos, por outro, alguns são mais radicais e falam, inclusive, sobre a total limitação de qualquer propaganda ou merchandising dirigida às crianças.
Um dos maiores defensores da aprovação é o deputado estadual Rui Falcão (PT). Um de seus textos prevê a proibição da veiculação de anúncios de alimentos "pobres em nutrientes e com alto teor de açúcar, gorduras saturadas ou sódio no rádio e na TV" entre as 6h e às 21h. O Instituto Alana, ONG que se posiciona como instituição que atua na educação e defesa para o futuro das crianças, também levanta a mesma bandeira.
Cabe lembrar que o governo de São Paulo já vem demonstrando algumas tendências nessa linha da alimentação saudável para as crianças. Ontem (28), por exemplo, em parceria com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, Alckmin lançou o programa Alimentação Saudável nas escolas estaduais. O projeto tem como objetivo capacitar professores, cozinheiros e diretores para melhorar a merenda.
Há algum tempo o Adnews tem levantado esta discussão, sobretudo no meio publicitário. Em agosto do ano passado, por exemplo, o publicitário Mario Castelar, que tem mais de 40 anos de experiência de mercado e hoje é diretor de planejamento da agência de propaganda Bantu, comentou o tema. “Sou a favor da autorregulamentação. As Câmaras de Ética do CONAR discutem, frequentemente, comerciais, anúncios, propostas de campanha e pela livre discussão criam uma forma de jurisprudência que ao mesmo tempo preserva a liberdade de expressão comercial e coíbe os deslizes e abusos. Tenho medo da interferência do Estado”, afirmou na época.
Já no mês de setembro de 2012, Aléssio Castelli, gerente de merchandising do SBT, afirmou que a discussão deve estar calcada não no impedimento da propaganda infantil, mas na qualificação da mensagem. “A minha opinião é que deveria haver uma análise. Se eu tenho um texto que tenha merchandising infantil e seja duvidoso, vamos discutir juntos. Entretanto, a coisa não pode tomar um tom de censura”, explica.