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Agremiação das escolas de samba patrocinadas

Há muita competitividade entre as escolas de samba, principalmente no Rio de Janeiro e em São Paulo, e o espírito carnavalesco não afasta a gana pela vitória


	Patrocínio da Bom Bril no carnaval: apenas as escolas de samba do Grupo Especial no Rio de Janeiro, têm orçamentos que variam de R$ 8,3 milhões a R$ 16,7 milhões
 (Divulgação/Bom Bril)

Patrocínio da Bom Bril no carnaval: apenas as escolas de samba do Grupo Especial no Rio de Janeiro, têm orçamentos que variam de R$ 8,3 milhões a R$ 16,7 milhões (Divulgação/Bom Bril)

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Da Redação

Publicado em 5 de março de 2014 às 10h24.

São Paulo - Muitos idealizam o Carnaval na avenida como algo romântico, apoteótico, que remete ao esforço das comunidades e sambas históricos. Outros, entretanto, acham que as festividades carnavalescas são grandes e portentosos negócios. Nenhuma visão está errada. O certo é que há muita competitividade entre as escolas de samba, principalmente no Rio de Janeiro e em São Paulo, e o espírito carnavalesco não afasta a gana pela vitória.

Os desfiles são caríssimos. Uma reportagem realizada pela na Folha de S. Paulo, na semana passada, mostra que apenas as escolas de samba do Grupo Especial no Rio de Janeiro, têm orçamentos que variam de R$ 8,3 milhões a R$ 16,7 milhões. Dessa maneira, as agremiações não se contentam e não se sustentam apenas com a verba cedida pelo Governo e passaram a apostar na captação de patrocínio. As marcas estão entrando cada vez mais pesado nesse jogo. Se antes patrocinavam apenas o evento, agora passaram a investir também nas escolas e até no samba-enredo, fato, inclusive que gera inúmeros debates sobre os limites da penetração do capitalismo na “festa do povo”.

Cabe ressaltar que os patrocinadores podem estampar seus logos nas quadras, sites e camisetas utilizadas por integrantes das escolas, mas é proibido fazer menção ao nome da marca na letra do samba, ainda que de forma implícita, como fez a Rosas de Ouro em 2010. A escola teve que mudar o seu samba. O refrão “Cacau é Show” virou “Cacau chegou”. A medida protege os direitos dos parceiros comerciais da Rede Globo, que detém os direitos de transmissão dos desfiles. Isso não impede que as marcas invistam em patrocínio. Confira alguns casos abaixo:

Unidos da Tijuca e as marcas de Ayrton Senna (2014)

Neste ano, Ayrton Senna foi homenageado pela Unidos da Tijuca, do Rio de Janeiro. A escola de samba teve uma ótima motivação para dar sequência ao enredo que exaltou o campeão da Fórmula 1. A escola recebeu R$ 6 milhões de reais das patrocinadoras Shell, Audi, Credicard e Gillette, de acordo com Lauro Jardim, colunista da "Veja".


Basf e Vila Isabel (2013)

A Basf, empresa química, bancou o enredo vencedor do Carnaval do ano passado. “A Vila canta o Brasil, celeiro do mundo – água no feijão que chegou mais um...”, foi a letra que exaltou a agricultura brasileira.

Tom Maior e Prudence (2013)

Também em 2013, a Tom Maior foi patrocinada pela marca de preservativos Prudence, em São Paulo, com o samba-enredo “Parque dos Desejos – O Seu Passaporte Para o Prazer”. A escola de samba contou a história da camisinha e do prazer sexual.

Bombril e Vai-Vai (2012)

Desde 2011 a Bombril escolheu o Carnaval como uma das ações estratégicas para ativação de marca. Em 2012, o samba-enredo "Mulheres que brilham - A força feminina no progresso social e cultural do país", representava na avenida a campanha de marketing das famosas esponjas de aço.

Pantene e Vila Isabel (2011) 

Em 2011 a Pantene, da P&G, patrocinou a Unidos da Vila Isabel. A escola entrou na Sapucaí com o enredo “Mitos e histórias entrelaçadas pelos fios de cabelo”. Com o argumento de que o cabelo faz parte do samba e do carnaval desde a época das marchinhas. O desfile contou com Gisele Bündchen, garota-propaganda da marca.

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