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Adidas tira do ar campanha com Bella Hadid após protestos

Model é filha de refugiado palestino e vem criticando a maneira como seu povo é visto na guerra contra Israel

Bella Hadid tem mais de 61 milhões de seguidores no Instagram (Divulgação Adidas )

Bella Hadid tem mais de 61 milhões de seguidores no Instagram (Divulgação Adidas )

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 22 de julho de 2024 às 11h01.

Por ocasião dos Jogos Olímpicos de Paris, há algumas semanas a Adidas lançou uma campanha para divulgar a reedição do seu modelo SL72, o calçado utilizado pelos atletas nos Jogos de Munique 72, tristemente lembrado pelo assassinato e sequestro de vários atletas israelenses. nas mãos da organização terrorista palestina Setembro Negro. Entre os rostos escolhidos para a campanha estão o rapper A$AP Rocky, a influenciadora Sabrina Lan e a modelo Bella Hadid, mas a participação desta última não caiu bem nas redes sociais. Tanto que a empresa tirou a campanha com Hadid do ar.

Bella é filha do empresário palestino Mohamed Hadid, que cresceu como refugiado na Síria após confrontos entre israelenses e palestinos em 1947. A modelo vem apoiando durante toda a sua carreira os direitos dos palestinos, divulgando manifestações e narrando nas redes sociais os dramas da história de sua própria família.

O fato da marca esportiva ter escolhido Hadid para promover seu calçado fez com que dezenas de usuários nas redes sociais rotulassem a marca alemã como antissemita. “Temos consciência de que esta campanha esteve associada a acontecimentos trágicos, embora não tenha sido intencional da nossa parte. Pedimos desculpas por qualquer dor que possamos ter causado”, afirmou a empresa em comunicado.


Após o ataque que desencadeou a guerra em Gaza em outubro passado, e enquanto a maioria das celebridades americanas mostravam o seu apoio a Israel, Hadid publicou uma carta no seu Instagram: “Recebi centenas de ameaças de morte diariamente, o meu telefone foi hackeado e a minha família está em perigo, mas não posso continuar calada”, declarou ela. “É importante compreender o quão difícil é ser palestino num mundo que nos vê como terroristas que rejeitam a paz. É doloroso, vergonhoso e absolutamente falso.”


Desde então, Hadid publicou em seu perfil, com mais de 61 milhões de seguidores no Instagram, imagens da catástrofe, de crianças famintas e feridas, campanhas para arrecadar alimentos e fundos ou imagens históricas da Palestina. No último festival de Cannes, a top model apareceu com um keffiyeh, lenço associado ao movimento nacionalista palestino e  que foi assinado pela marca Michael and Hushi, famosa por seu ativismo político. “Tenho orgulho de vestir a nossa cultura”, escreveu Hadid nas redes sociais.

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