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Da Redação
Publicado em 2 de setembro de 2010 às 16h29.
São paulo - Após estudo divulgado pela Ancine (Agência Nacional do Cinema) durante a edição 2010 da Feira e Congresso ABTA, em que o custo da TV por assinatura do Brasil foi apontado pelo órgão como superior em relação a países como Argentina, Chile, Espanha e Portugal, a ABTA (Associação Brasileita de Televisão por Assinatura) apresentou na manhã desta quinta-feira outro levantamento no qual afirma que os preços praticados no Brasil estão alinhados com países da Europa e América Latina.
"A TV paga vive um ciclo virtuoso. O número de assinantes cresce 20% ao ano e atinge mais de 8,6 milhões de residências. Desse crescimento 70% nos últimos cinco anos referem-se às classes B2 e C. O estudo da Ancine não coincide com a realidade. Se temos problemas estruturais porque a base de assinantes apresenta aumento contínuo?", questionou Alexandre Annenberg, presidente da ABTA.
Para esclarecer a afirmativa da Ancine, a entidade teve como base as regiões analisadas anteriormente pelo próprio órgão, além de incluir outras localidades como França Noruega e Reino Unido - países considerados relevantes para a ABTA na indústria de TV por assinatura. Segundo o levantamento, o preço médio do pacote de entrada (isto é, aquele considerado 'mini básico') está abaixo da média dos países analisados, permitindo, conforme a entidade, a entrada de novos assinantes de outras classes sociais.
De acordo com a análise, no Brasil, a assinatura média do pacote de entrada é de aproximadamente US$ 23,65. Já na Noruega, o custo desse serviço é de US$ 36,11. Em seguida está a Espanha, com valor oferecido de US$ 27,79, a Argentina (US$ 27,60) e o Chile (US$ 25,94). "Isso revela que o nosso País está, em termos de custo, alinhado com os países estudados e justifica o constante crescimento da base de assinantes de TV paga no Brasil", enfatizou Gilberto Sotto Mayor, coordenador do levantamento.
Ainda conforme o estudo, países como Reino Unido, França e Portugal são as regiões que apresentam o menor custo de assinatura média do pacote de entrada: US$ 23,48 ; US$ 22,60 e US$ 18,24, respectivamente.
Em relação ao preço por canal do pacote básico oferecido pelas operadoras (cujo número varia de acordo com cada empresa) o Brasil apresenta custo médio de R$ 1,52. A Noruega tem o valor de aproximadamente R$ 2,31 por canal. Posteriormente vem o Reino Unido, com custo de R$ 1,63 e Espanha com R$ 1,47. As regiões com o menor custo por canal do pacote básico são, de acordo com a pesquisa, Chile (R$ 1,24), França (R$ 1,18), Argentina (R$ 1,09) e Portugal (R$ 0,99). "A média de todos os países em preço por canal é de R$ 1,39. Já a média do Brasil é de R$ 1,46. Esta é mais uma prova de que o preço do serviço de TV paga está na de acordo com o valor oferecido no exterior e possui uma oferta adequada à população", acrescentou Mayor.
Métricas
A pesquisa da ABTA levou em conta fatores estruturais do setor e que influenciam os resultados da comparação: o câmbio e as obrigações must carry (obrigação legal de distribuição de canais abertos e de acesso público). "Não incorporamos no estudo, porém, elementos como carga tributária e escala da produção audiovisual local por ser difícil comparar tributos entre os países. Analisamos o preço bruto do serviço", explicou Mayor.
Conforme a pesquisa, diante da valorização do real frente ao dólar e euro, os preços no Brasil podem estar, de modo geral, mais altos do que na Europa, EUA e América Latina. Outro fator relevante e que influencia, de acordo com a ABTA, o valor do serviço de TV paga é o must carry. "No Brasil, as operadoras de cabo distribuem 21 canais obrigatórios. No Chile, por exemplo, não há essa obrigação. Tais canais, embora veiculem informações relevantes para a população do País, ocupam parte significativa da frequência disponível. Sendo assim, o must carry é uma das causas que afetam a comparação de preços do serviço com outros países", disse Mayor.
De acordo com o coordenador do estudo, as 'premissas' utilizadas nos levantamentos da Ancine e da ABTA são incompatíveis. Segundo ele, o órgão compara os chamados 'pacotes de entrada' no Brasil com pacotes 'Total', 'Full' e 'Plus' de outros países, não inclui no levantamento os canais obrigatórios (must carry) e congela preços ao câmbio atual.
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