Marketing

A Hollister mentiu sobre sua própria história

A varejista Hollister inventou uma longa história sobre o surgimento de sua marca, sendo mais um caso da prática chamada de storytelling


	A marca Hollister Co. é comercializada como se tivesse sido fundada em 1922
 (amourinfini/Flickr)

A marca Hollister Co. é comercializada como se tivesse sido fundada em 1922 (amourinfini/Flickr)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de julho de 2015 às 16h07.

São Paulo -  A história do surgimento da grife Hollister foi completamente inventada pela companhia. Quem diz isso é o escritor Dave Eggers, em artigo publicado hoje na revista The New Yorker

A lenda da Hollister é a seguinte: tudo começa com John M. Hollister, um jovem aventureiro, que passou a infância nadando e surfando nas praias do estado americano do Maine.

John se formou na faculdade de Yale, em 1915, e, não querendo ter uma vida como a do seu pai em Manhattan, Nova York, seguiu em 1917 para as Índias Orientais Holandesas, localizadas na Ásia.

Lá, comprou uma plantação de borracha e acabou se apaixonando pela filha do proprietário, chamada Meta.

Após vender a terra, John e Meta compraram um veleiro e navegaram pelo Oceano Pacífico, a fim de conhecer o trabalho de artesãos locais.

O casal desembarcou em Los Angeles, em 1919, e um ano depois tiveram um filho, John M. Hollister Jr. Algum tempo depois mudaram-se para Laguna Beach, onde abriram sua primeira loja de artesanato do Pacífico, em 1922.

Depois de crescido, o filho tomou as rédeas do negócio, incluindo roupas e equipamentos de surf. A loja ganhou popularidade com o passar do tempo, tornando-se uma marca reconhecida mundialmente.

A marca Hollister Co. é então comercializada como se tivesse sido fundada em 1922, data que se encontra nos rótulos e etiquetas dos produtos. 

Porém, tudo não passa de uma cascata, uma invenção do fundador da marca, Mike Jeffries.

A Hollister, criada pela marca Abercrombie & Fitch, na realidade surgiu no ano 2000: sua primeira loja foi aberta em julho daquele ano no Town Center Easton, em Columbus, Ohio. 

A marca, muito presente no guarda-roupa dos adolescentes americanos, ainda é acusada de ter usado o nome da cidade Hollister, do estado da Califórnia, o que deixou os habitantes do município enfurecidos. 

Segundo o jornal Los Angeles Times, os moradores acusam a Abercrombie de ter "sequestrado o nome da cidade" e "ameaçado os comerciantes que vendessem roupas que insinuassem" que era mentira a lenda por trás da Hollister.

Criar histórias que agreguem um certo charme e diferenciem as marcas de suas concorrentes é cada vez mais comum. No Brasil, por exemplo, a Diletto usou do mesmo expediente, só que exagerou na dose.  

O storytelling, como é chamada esta prática, é uma técnica publicitária usada por diversas empresas que querem ter uma boa história para chamar a atenção dos consumidores. 

Texto atualizado às 16h07, do dia 21 de julho de 2015, para corrigir informações sobre os sucos Do Bem, uma vez que o Conar arquivou o processo contra a marca.

Acompanhe tudo sobre:abercrombie-fitchEmpresasEstados Unidos (EUA)estrategias-de-marketingMarcasPaíses ricosPublicidade

Mais de Marketing

Como as empresas de mídia estão tentando atrair novos anunciantes

Black Friday 2024: quanto tempo duram os descontos?

Burger King envia Pix para milhões de consumidores em ação de Black Friday

The Town 2025: Eisenbahn substitui Heineken como cerveja oficial do festival em São Paulo