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AdBlock ameaça conteúdo gratuito na internet

Muitos portais de conteúdo dependem da veiculação de anúncios para garantir a sustentabilidade financeira. Porém, esse modelo de negócios enfrenta obstáculos


	Till Faida (à esquerda), fundador do AdBlock: anúncios aceitáveis
 (Exame.com/Ricardo Sudario)

Till Faida (à esquerda), fundador do AdBlock: anúncios aceitáveis (Exame.com/Ricardo Sudario)

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Da Redação

Publicado em 11 de maio de 2016 às 14h42.

Nova York — Muitos sites que publicam conteúdo digital na web dependem da veiculação de anúncios para garantir a sustentabilidade financeira. No entanto, esse modelo de negócios é alvo de controvérsias.

Os dois primeiros dias do TechCrunch Disrupt – evento de tecnologia que ocorre nesta semana em Nova York – renderam diversas discussões acaloradas justamente a respeito do futuro dos anúncios online.

Till Faida, criador do AdBlock, ferramenta que bloqueia anúncios nas páginas da internet, critica o formato intrusivo dos anúncios e alega que eles prejudicam a experiência de navegação do usuário. De acordo com ele, a indústria falhou na tentativa de criar um ecossistema sustentável para anúncios online: "você não pode conduzir um negócio que irrita a sua base de usuários".

Ele acredita ainda que as empresas precisam repensar seu posicionamento online, criando modelos de negócios que colocam as pessoas no centro da interação, permitindo que elas contribuam com o conteúdo que consomem.

Quando questionado sobre as controvérsias ao redor do AdBlock e das empresas que geram receitas com anúncios, Till Faida rebate: "É claro que o AdBlock é controverso. É uma tecnologia disruptiva".

Como modelo de sustentabilidade, Faida defende um formato de anúncio chamado “anúncios aceitáveis”, que não são intrusivos, não tiram o foco do conteúdo, deixam claro que são anúncios e fazem sentido no contexto do site em que estão inseridos. De acordo com ele, das 100 maiores empresas anunciantes nos EUA, 40 já possuem anúncios aceitáveis.

Já Randall Rothenberg, presidente da Interactive Advertising Bureau, uma associação de anunciantes, alega que os bloqueadores de anúncio, como o AdBlock, "têm um modelo de negócios baseado em extorsão que prejudica os produtores de conteúdo". E garante que os anunciantes estão trabalhando ativamente para aprimorar a experiência do usuário e criar anúncios que não prejudiquem a experiência de navegação.

O vice-presidente de anúncios do Google, Sridhar Ramaswamy, adotou uma postura mais conciliadora e pontuou que o futuro está na veiculação de anúncios em dispositivos móveis, seja em sites ou em aplicativos. Entretanto, reconhece que "o modelo usado em aplicativos ainda é desajeitado". Também apontou que soluções alternativas podem ser exploradas, como é o caso do sistema de micro-pagamentos - que permite que os visitantes remuneram voluntariamente o produtor de conteúdo.

Embora ainda não haja uma resposta definitiva para essas incertezas sobre o futuro do mercado de anúncios online, os bloqueadores de anúncios continuam crescendo. Mesmo em meio a diversas controvérsias, só o AdBlock já teve mais de 1 bilhão de downloads e opera em mais de 100 milhões de dispositivos. 

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