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A era do 'brain rot': por que estamos perdendo o foco no scroll infinito

Conceito reflete os impactos do consumo excessivo de conteúdo superficial nas redes sociais — e levanta um debate urgente sobre hábitos, saúde mental e atenção

Usuários gastam, em média, 2h30 por dia nas redes sociais; hábito de rolagem infinita está ligado à perda de concentração e aumento da ansiedade (kimberrywood/Thinkstock)

Usuários gastam, em média, 2h30 por dia nas redes sociais; hábito de rolagem infinita está ligado à perda de concentração e aumento da ansiedade (kimberrywood/Thinkstock)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 20 de abril de 2025 às 16h44.

*Por Gláucia Montanha

A expressão brain rot (ou “podridão cerebral”, em português) foi eleita a palavra do ano de 2024 pelo Dicionário Oxford. Mesmo em 2025, o termo continua altamente relevante — especialmente à luz dos dados mais recentes do Relatório Global de Visão Geral Digital 2025, publicado por We Are Social em parceria com a Meltwater, que mostram:

  • O usuário médio passa 6h40 por dia na internet
  • 2h30 diárias são dedicadas às redes sociais
  • Vídeos curtos dominam o consumo de conteúdo digital

"Brain rot" é um termo que descreve a deterioração cognitiva causada pelo consumo excessivo de conteúdos superficiais e pouco estimulantes. Esse fenômeno está associado ao uso compulsivo das redes sociais, especialmente ao hábito do infinite scrolling (rolagem infinita) em feeds digitais.

Quantas vezes nos vemos imersos em navegações sem propósito pelas plataformas sociais, consumindo passivamente vídeos curtos, memes e outros conteúdos de baixa complexidade? Esse padrão de comportamento tem afetado nossa capacidade de concentração, enfraquecido o pensamento crítico e, em casos mais extremos, comprometido a saúde mental como um todo.

Esse comportamento resulta em:

  • Dificuldade para se concentrar em tarefas longas (como ler um livro ou assistir a um filme)
  • Memória fraca devido ao excesso de informações superficiais
  • Ansiedade ou tédio quando não se está consumindo conteúdo rápido

A solução vai além da simples redução do tempo de tela – que, de fato, já dominou nosso cotidiano – e passa pela substituição consciente de hábitos. Eis algumas estratégias eficazes:

Qualidade no consumo digital

  • Substitua conteúdos vazios por materiais enriquecedores: livros, podcasts informativos, documentários ou séries com narrativas complexas
  • Diversifique os formatos para estimular diferentes áreas do cérebro

Ócio digital produtivo

  • Reserve momentos do dia completamente livres de estímulos digitais
  • Comece com intervalos curtos (5–10 minutos) e aumente progressivamente
  • Use esse tempo para contemplação, observação do ambiente ou simples descanso mental

Consciência e equilíbrio

  • O "brain rot" serve como alerta, não como diagnóstico clínico
  • O segredo está na moderação: nem abstinência digital, nem excesso
  • Encontre seu ponto ideal entre consumo e produção de conteúdo

Nossa mente precisa tanto de estímulos qualificados quanto de momentos de pausa. Cabe a nós dosar essa equação no mundo hiperconectado em que vivemos.

  • *Gláucia Montanha, CEO da Artplan e CEO da Convert
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