Marketing

12 tendências de consumo para 2012

No próximo ano, a cultura da tela vai dominar, marcas se tornarão mais humanas e a informação instantânea vai ser ainda mais decisiva no comércio, segundo o Trendwatching

Ebay Inspiration Shop: vitrine virtual apresentou uma seleção de produtos eletrônicos, de moda e automotivos e, para comprar os itens instantaneamente, os compradores tinham que baixar o aplicativo móvel do eBay e escanear o código QR (Getty Images)

Ebay Inspiration Shop: vitrine virtual apresentou uma seleção de produtos eletrônicos, de moda e automotivos e, para comprar os itens instantaneamente, os compradores tinham que baixar o aplicativo móvel do eBay e escanear o código QR (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 15 de dezembro de 2011 às 14h33.

São Paulo - Em 2012, marcas humanas - e portanto, passíveis de falhas - serão mais admiradas por consumidores. A ideia do crowdsourcing continuará sacudindo processos comerciais, mas será facilitada, e empresas estenderão tapetes vermelhos para chineses. Destacados no levantamento anual da empresa de pesquisa de tendências de consumo Trendwatching, esses fenômenos, somados a outros nove, são alguns dos que devem movimentar o mercado no próximo ano.

De acordo com a empresa, muitas das tendências que já correram 2011 adentro - como o recomércio e a troca por descontos, por exemplo - continuarão a influenciar a maneira de shoppers decidirem o que e como comprar e forçarão as marcas a aderirem posturas mais honestas e transparentes

Veja o que vai guiar o consumo em 2012:

1 Tapete vermelho para chineses

Pessoas residentes na China fizeram mais de 30 milhões de viagens para países estrangeiros apenas na primeira metade de 2011, 20% a mais em relação a 2010, segundo o Ministério de Segurança Pública da China.

A Organização Mundial do Turismo estima que o número de turistas internacionais que saem da China vai chegar a 100 milhões em 2020, de acordo com o Trendwatching.  "Não é para menos que tapetes vermelhos são estendidos em todos os lugares onde políticos e CEOs chineses colocam os pés", afirma a empresa. 

Isso significa que de lojas de departamentos e serviços de turismo a empresas de aviação e hotelaria pelo mundo farão de tudo para mimar clientes chineses com serviços exclusivos, atenção e respeito. Indianos e brasileiros estarão na posição de receptores dessa tendência.

2 Saúde: faça você mesmo

A ideia do "Do It Yourself (DIY, ou "Faça Você Mesmo") ganhará força e se aproximará da saúde de consumidores no próximo ano, com novos aplicativos, aparelhos e recursos que permitirão autonomia no monitoramento de exercícios, dietas e tratamentos médicos.


A App Store da Apple, por exemplo, disponibiliza hoje 9 mil aplicativos móveis de saúde, entre eles, apps ligados a exercícios físicos aeróbicos, dieta, controle de estresse, relaxamento e saúde feminina.

Segundo o Trendwatching, a empresa de pesquisa Technavio prevê que o mercado global de aplicativos móveis ligados à saúde deve chegar US$ 4,1 bilhões até 2014, em relação a US$ 1,7 bilhões em 2010.

Veja outros exemplos:

Up, da Jawbone: pulseira sincronizada com um aplicativo de iPhone que monitora padrões de movimento, alimentação e sono do usuário.

Play It Down: aplicativo que testa a audição.

Withings Blood Pressure Monitor: aplicativo que pode ser conectado a um iPad, iPhone ou iPod Touch e mede a pressão sanguínea do usuário.

Skin Scan: permite aos usuários escanear e monitorar pintas na pele com o passar do tempo

3 A busca por ofertas

Chamada de "Dealer-chic", a busca por pechinchas e ofertas passará a ser mais admirada por outros consumidores, além de ser motivo de status. "Tem que ver com a emoção, a caça, o controle e a sensação de esperteza", justifica o Trendwatching. De acordo com a empresa, um "ecossistema de ofertas" cobrará das marcas mais personalização, esquemas de fidelidade e esforço.

Com acesso móvel ou via internet, o acesso instantâneo a ofertas e também a avaliações dará aos consumidores a certeza de que estão pagando o melhor preço pelo melhor produto ou serviço.


4 A tendência verde 

Chamado de "Eco-cycology", este é o fenômeno das marcas que ajudam os consumidores a reciclar ao recolher peças antigas dos compradores e transformá-las em objetos construtivas. Às vezes estimulados por novas legislações, outras vezes, por marcas mais ecologicamente ativas, diversos programas surgirão para não deixar nenhuma desculpa para os consumidores não reciclarem em 2012.

Dois exemplos: 

O programa Dell Reconnect, em parceria com a Goodwill Industries, permite que os usuários levem seus equipamentos elétricos de qualquer marca para uma das mais de 2.200 locações participantes da Goodwill nos EUA ou no Canadá, onde então são reparados ou reciclados.

O serviço Reuse-A-Shoe, da Nike, coleta e recicla tênis gastos da marca, assim como restos do processo da produção dos calçados.

5 Sem dinheiro vivo

Apesar de ser algo bastante discutido já há alguns anos, deixar moedas e dinheiro vivo de lado para adotar formas rápidas de pagamento ganhará força em 2012, e importantes empresas como Google e Mastercard trabalharão ativamente suas iniciativas "cash-less".

Inicialmente, o atrativo será somente a conveniência, mas com o tempo, os pagamentos móveis poderão gerar históricos de compra, sistema de recompensas e ofertas. Muitas dessas iniciativas incorporam a tecnologia conhecida como NFC (Near Field Communication – Comunicação de Campo Próximo), que permite troca de dados criptografados entre dois aparelhos próximos.


Por exemplo: um leitor instalado ao lado da caixa registradora de uma loja de varejo permitirá que os clientes que tiverem as informações de seu cartão de crédito armazenadas em seus smartphones NFC possam pagar pelas compras aproximando o telefone do leitor ou encostando-o nele, em vez de usar um cartão de crédito, de fato. 

6 A base da pirâmide urbana

Mais do que nunca, consumidores da base da pirâmide desejarão - e poderão - comprar, mas para isso exigirão inovações criadas exclusivamente para suas circunstâncias, de questões ligadas à saúde e falta de espaço - no caso de imóveis - passando pela cobrança por durabilidade.

7 A contribuição sem esforço

O crowdsourcing, assim como em 2011, continuará agitando e facilitando processos comerciais, mas em 2012, ganhará facilidade.

"As pessoas gostam, e sempre vão gostar, de contribuir com algo que é maior do que elas mesmas. Mas a realidade é que a maior parte dos consumidores – apesar de desejarem contribuir – acham que é muito difícil e dá trabalho demais", explica o Trendwatching.

É por isso que no próximo ano nascerão inúmeros produtos e serviços que fazem com que seja absolutamente simples para contribuir com qualquer coisa, desde informar sobre ruas que precisam de conserto até "encontrar sinais de vida extraterrestre".

8 Flawsome (o que mesmo?)

Foi assim que o Trendwatching chamou a tendência de humanização das marcas, inclusive mostrando suas falhas e fraquezas. Para consumidores, ganharão pontos as empresas que souberem admitir seus erros e melhorar atitudes. "Marcas que são honestas a respeito de suas falhas, que demonstram empatia, generosidade, humildade, flexibilidade, maturidade, humor e, se nos permite dizer, algum caráter e qualidades humanas", serão mais admiradas.


Em julho de 2011, por exemplo, a Domino's lançou uma campanha promocional de um mês em Nova York. Em um enorme espaço de outdoor em Times Square, a marca transmitiu ao vivo opiniões de consumidores (boas e ruins) enviadas por meio do Twitter para o painel digital.

9 Screen culture

"Em 2012, a 'vida' vai acontecer por meio de telas cada vez mais difundidas, pessoais, envolventes e interativas", explica a empresa. Menos uma tendência e mais um meio pelo qual muitas das tendências já listadas acontecerão, a cultura da tela virá na forma da convergência de megacorrentes tecnológicas. As telas serão (ainda mais) onipresentes, móveis, baratas, interativas e intuitivas.

10 Recomércio: troca por pontos será o "novo comprar"

Aproveitar o valor de compras antigas será amplamente utilizado por comerciantes e consumidores. Além de bens grandes e duráveis como carros e casas, quase tudo estará pronto para ser revendido no próximo ano, de aparelhos eletrônicos a roupas.

Novos programas de recompra pelas marcas, esquemas de troca, plataformas online e mercados em tecnologia móvel oferecerão opções inteligentes e convenientes para os consumidores dispostos à “troca por descontos para obter um produto melhor”, além de aliviarem preocupações ambientais e éticas.

11 Maturialismo emergente

Consumidores com experiência e com a cabeça aberta em mercados emergentes tradicionalmente “conservadores” vão adotar campanhas e produtos que sejam sinceros ou até arriscados.
 


Adeptos de um mundo sem censura e com opiniõs firmes, esses shoppers não se chocam facilmente, nem toleram ser tratados como se isso acontecesse. Capazes de conduzir conversas transparentes, aceitar e experimentar inovações ousadas, admiram cada vez mais marcas que extrapolam os limites.

12 Point & Know

2012 trará uma mistura de recursos conhecidos como apps, realidade aumentada e códigos QR para dar aos consumidores todo tipo de informação sobre objetos - e até pessoas - do mundo real de modo instantâneo. Assim como algumas tendências, a multiplicação de smartphones vai alimentar o auge do "aponte e saiba". 

Se tornará mais comum - e cada vez mais possível - adicionar profundidade de informações, comunicar histórias, fazer comparações de preço, avaliações e comprar com esses recursos.

Pelo Google Goggles, por exemplo, é possível fazer buscas com base em fotografias tiradas por um aparelho portátil, por reconhecimento de imagens. Ao tirar fotos de objetos, lugares ou códigos de barras de produtos, os usuários podem receber mais informações.

Em outubro deste ano, a Starbucks revelou uma promoção com códigos QR feita para mostrar aos consumidores seu aplicativo de pagamentos móveis e falar sobre seu café.

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