M&A: conceito mais aceito associa o valor de uma empresa à sua capacidade de geração de caixa futura (Divulgação/Divulgação)
Colunista
Publicado em 12 de abril de 2023 às 17h24.
Última atualização em 15 de maio de 2023 às 17h23.
Anualmente, são realizadas milhares de transações de fusão e aquisição em todo o planeta, gerando um volume de alguns trilhões de dólares. Ou seja, todos os anos, milhares de empresas são compradas e, consequentemente, vendidas.
Realidade similar, claro que em menor escala, são reproduzidos aqui no Brasil. E olha que estamos falando apenas de transações anunciadas (anualmente, há ainda um número quase impossível de contabilizar de transações pequenas que não são comunicadas).
Apesar de tais transações de fusões e aquisições envolverem uma série de aspectos para que possam se materializar, um dos seus fatores mais básicos é justamente o preço e o valor a ser pago pelo comprador ao vendedor pela empresa objeto da transação.
Evidentemente que, como em qualquer transação de compra e venda, o vendedor quer receber o maior valor possível e o comprador quer pagar o menos possível. Porém, como determinar o valor justo de uma empresa para viabilizar uma possível transação e de forma que as duas partes se sintam satisfeitas? Assim, estamos falando de valuation, o processo de calcular o valor de mercado de uma determinada empresa.
Apesar de várias metodologias, o conceito mais amplamente aceito no mercado é que o valor de uma empresa está diretamente associado à sua capacidade de geração de caixa futura.
Mais especificamente, ao valor presente do fluxo de caixa livre a ser gerado ao longo de toda a sua vida a partir de hoje, ajustado por alguns itens do balanço patrimonial - processo um pouco trabalhoso e que requer conhecimento de sua metodologia, mas que, apesar das variáveis, certamente dará uma visão mais justa do valor da empresa.
Ou seja, o valor atual de uma empresa está no seu futuro, e não no seu passado.
Claro que, muitas vezes, para facilitar todas as tratativas, tais fundamentos são colocados à parte e utiliza-se outras metodologias como os famosos múltiplos. Este método se detém a determinar o valor da empresa multiplicando a receita ou resultado realizado por um múltiplo no qual outras empresas do mesmo setor tenham sido transacionadas.
Sem dúvida, método mais prático, mas, fundamentalmente contrário ao conceito de geração futura de valor, uma vez que olha apenas o já realizado pela empresa, e não o seu potencial de realização futura.