ESG: 64% dos brasileiros estão dispostos a pagar mais por opções saudáveis e produzidas de forma sustentável (Daniel Balakov/iStockphoto)
Colunista
Publicado em 9 de janeiro de 2024 às 11h23.
Última atualização em 10 de janeiro de 2024 às 11h12.
O contexto atual do setor de Alimentos e Bebidas sofre uma pressão crescente para maior desempenho e transparência em questões ambientais, sociais e de governança (ESG). Toda a indústria alimentícia enfrenta a necessidade emergente de se alinhar com práticas mais sustentáveis e socialmente responsáveis. É uma demanda que parte não apenas da sociedade, mas também do mercado: no Brasil, quando o assunto é “comida”, 64% dos brasileiros estão dispostos a pagar mais por opções saudáveis e produzidas de forma sustentável, de acordo com pesquisa do Instituto Akatu e da consultoria GlobeScan.
De qualquer forma, a indústria alimentícia ainda precisa avançar em práticas sustentáveis. No mercado atual, 41% das empresas sentem que não estão totalmente em conformidade com práticas ESG – grande parte do problema reside nos custos associados ao cumprimento e às restrições orçamentárias: 39% delas não tiveram recursos para procurar parceiros compatíveis com boas práticas ESG.
É preciso, contudo, encarar esse desafio como uma oportunidade para liderar a mudança. Reconhecer que a indústria de alimentos tem um impacto significativo no planeta, nas comunidades e nos padrões de governança é o primeiro passo. A partir daí, a adoção de práticas sustentáveis não é apenas um dever, mas também uma ponte para aprimorar o desempenho e construir um futuro mais sólido. Trata-se, afinal, de um compromisso que não pode ser apenas retórico, mas uma realidade presente em cada passo que damos.
Mas o compromisso com ESG vai além das práticas sustentáveis: empenhar-se em ser também uma empresa ética e colaborativa é essencial. Buscar estar em sintonia com a comunidade local, promover ações sociais e investir em educação são abordagens complementares que dialogam entre si e fazem com que a sustentabilidade não se restrinja a um aspecto ambiental; ela abrange desde ingredientes saudáveis até inovações em embalagens, bem-estar do consumidor, diversidade e inclusão, transparência e gestão ética.
As exigências de transparência na cadeia de suprimentos, as pressões de custos e a complexidade dos processos são, claro, obstáculos significativos. Contudo, comprometer-se em continuar a agir como agentes de transformação, dando passos necessários em direção a um futuro mais sustentável, na adoção de estilos de vida mais saudáveis e na construção de uma relação de confiança com stakeholders, é fundamental para que possamos compreender os impactos (positivos ou negativos) que causamos e possamos agir sobre eles.