Gestão financeira: a separação entre CPF e CNPJ garante transparência e saúde empresarial. (oatawa/iStockphoto)
Colunista
Publicado em 18 de março de 2025 às 14h00.
As empresas são compostas por diversos ativos, mas o mais importante – e muitas vezes de difícil compreensão – é o ser humano.
Em muitas organizações, a relação entre empresa e empresário se confunde, gerando sobreposição de valores. No entanto, o CPF não pode estar acima do CNPJ. As empresas podem ser imortais, mas as pessoas, não. Por isso, é essencial garantir a perenidade do CNPJ, pois o CPF é finito.
Não é simples separar essas duas siglas, pois geralmente estão alinhadas a um mesmo propósito. Porém, em sociedades multifamiliares, é comum haver interesses particulares que se sobrepõem ao objetivo maior da empresa.
Os empresários não devem obter benefícios pessoais devido à sua posição na organização, a menos que sejam os únicos donos ou que esse benefício, atrelado à função executiva, esteja claramente previsto no Estatuto Social.
Questões pessoais do empresário devem ser resolvidas dentro do núcleo familiar, e os gastos pessoais devem ser cobertos por dividendos, pró-labore ou distribuição de Juros sobre Capital Próprio (JCP).
Usar a conta empresarial para pagar despesas pessoais pode, em alguns casos, trazer benefícios tributários, mas isso só se aplica quando não há outros sócios. Ainda assim, é preciso ter cautela: os filhos do empresário podem entender que essa prática é normal e replicá-la, levando ao uso indevido do cartão corporativo para despesas pessoais. Se houver mais de um herdeiro, isso pode gerar conflitos familiares e societários.
Além disso, misturar contas bancárias empresariais e privadas dificulta a análise do verdadeiro resultado operacional da empresa. Sem essa clareza, torna-se impossível adotar estratégias eficazes para o crescimento e a sustentabilidade do negócio.
Para garantir a longevidade da empresa e evitar conflitos internos, a separação entre CPF e CNPJ deve ser uma prioridade na gestão empresarial. O empresário deve tratar suas finanças pessoais de forma independente, assegurando que a organização opere com transparência e governança.