Inteligência artificial: decisões bem orientadas são chave para transformações reais nas empresas (Freepik/Freepik)
Colunista
Publicado em 27 de maio de 2025 às 15h10.
Há um ponto de inflexão silencioso acontecendo nos bastidores das empresas. Não é apenas sobre tecnologia — é sobre o que os líderes decidem fazer com ela.
A inteligência artificial já não é mais uma tendência — ela é parte do cotidiano. O que ainda está em jogo é o papel da liderança nesse novo cenário. Porque, no final, não é a IA que transforma uma organização. São as escolhas que os líderes fazem a partir dela.
Compartilho aqui três reflexões que tenho vivido de perto — como executivo, mentor e observador atento das mudanças em curso.
Estamos falando de algo muito maior do que automatizar tarefas ou ganhar produtividade. A IA generativa, por exemplo — aquela que executa tarefas complexas sozinha — está cada vez mais presente. Mas ativá-la sem questionar a estrutura da empresa é como colocar um motor de Fórmula 1 num carro que só roda em ruas de paralelepípedo.
A pergunta que todo líder deveria se fazer é: estamos prontos para que a tecnologia realmente nos transforme?
Repensar processos, redesenhar fluxos e descomplicar decisões virou condição básica para avançar. E, quando bem aplicada, a IA libera o time para o que realmente importa: pensar melhor, entregar com mais clareza, inovar com propósito.
Existe um risco de encantamento com a IA — de acreditar que ela vai, sozinha, resolver os dilemas das empresas. E é exatamente nesse ponto que o papel do líder se torna central.
Liderar nesse contexto exige mais do que acompanhar tendências. É preciso ser a bússola que aponta não só para onde vamos, mas por que vamos.
Tenho visto que os líderes que mais avançam são os que:
A transformação digital de verdade começa quando a cultura acompanha. E cultura se molda pelo exemplo.
Não existe IA de qualidade sem uma base sólida de dados. As empresas que estão colhendo os melhores frutos dessa nova era são, invariavelmente, aquelas que investiram tempo, atenção e recursos na qualidade da informação que geram, organizam e usam.
Aqui não tem segredo: dados frágeis geram decisões frágeis. IA potente exige clareza na base, confiança nos sistemas e uma cultura que aprendeu a tratar informação como ativo estratégico.
E vale lembrar: automatizar o trivial é o que abre espaço para que as pessoas possam resolver o que é essencial.
IA não é mais uma ferramenta a ser adotada. É uma forma de pensar o negócio. E, como toda mudança estrutural, ela exige visão, coragem e ação coordenada.
A pergunta que fica não é “quando” implementar IA. É: o que está me impedindo de começar agora, de forma real, consciente e alinhada ao futuro que queremos construir?
Transformar não é apertar botões. É fazer escolhas — e sustentá-las com clareza.