Invest

Qual é a melhor hora para sair de um fundo de investimento?

Ter objetivos de longo prazo é a melhor opção, mas existem situações em que pode ser recomendável sair de um fundo com desempenho ruim ou que não atenda ao perfil do investidor

Entenda em que situações pode ser conveniente pedir o resgate de dinheiro alocado em fundos (Nuthawut Somsuk/Getty Images)

Entenda em que situações pode ser conveniente pedir o resgate de dinheiro alocado em fundos (Nuthawut Somsuk/Getty Images)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 15 de maio de 2021 às 07h53.

Fundos de investimentos são uma alternativa para investidores que admitem algum risco em troca de retornos potencialmente maiores e que confiam o trabalho da tomada de decisão a gestores que fazem disso a sua carreira. Porém grandes sustos podem surgir para o investidor quando ele percebe que a rentabilidade do fundo não está indo como a desejada ou até na contramão. Nessa hora, surge o questionamento: é hora de pedir o resgate?

Para Juliana Machado, analista de fundos da EXAME Invest Pro, há duas ocasiões em que faz sentido desembarcar de um fundo. A ideal é quando o valor investido já é suficiente para realizar algum objetivo, como comprar uma casa.

A outra situação é quando deixou de existir a tese pela qual se investiu no fundo. “Se o investidor atestar que a escolha foi tomada com pouca informação, em um momento ruim ou só porque alguém recomendou, o melhor a fazer é sair do produto”, afirma Machado.

Isso não quer dizer que uma boa escolha esteja imune a perdas, até porque é comum fundos altamente rentáveis atravessarem períodos de baixa. “Isso faz parte do jogo. Mas, se surgir uma crise financeira, é preciso estar consciente de como o fundo irá se comportar”, diz.

Que tal investir com especialistas que selecionam a nata da nata dos fundos para o seu perfil? Conheça a EXAME Invest Pro

Para que a decisão seja tomada de forma consciente, antes do aporte inicial, é necessário estudar quem está por trás do fundo e como agiram em momentos de euforia e de pânico nos mercados. Segundo ela, é importante analisar um período de pelo menos três anos e, em casos de fundos novos, pesquisar sobre o time de gestão e os trabalhos que já realizaram. 

Informações sobre as teses de investimento costumam estar nos sites das próprias gestoras, em que é possível encontrar as lâminas com informações essenciais, telefone de contato com os profissionais de relações com investidores e cartas periódicas com a análise sobre o mercado e a economia. Para divulgar seus trabalhos, cada vez mais gestoras criam canais no YouTube e perfis em redes sociais. Por outro lado, dificuldade eventual para encontrar informações pode ser um mau sinal. 

“É necessário analisar diferentes períodos de tempo, como o fundo se comportou nos últimos 6, 12, 36 meses. Se o fundo estiver mal de forma consistente, já dá uma visão bem clara sobre ele”, afirma Machado.

Por outro lado, a especialista em fundos também alerta que o investidor não deve se deixar levar por estrondosos ganhos recentes. “Cuidado com a falácia do retrovisor. Enganar-se nesse processo faz parte do comportamento humano e hoje é muito mais comum por causa das redes sociais. É preciso olhar o filme, não a fotografia.”

Vale a pena sair na alta de um fundo?

Há situações em que o investidor, diante da situação em que o fundo se saiu muito melhor do que o esperado, se vê diante da tentação de tirar uma parte do capital da sua carteira para aplicar em produtos mais conservadores, com o pensamento de embolsar o ganho. Essa, porém, pode não ser uma boa ideia, diz a especialista. 

“É importante entender que, na hora do resgate, o investidor vai pagar impostos, algo que irá corroer um pedaço do ganho. Se o fundo é de ação, a alíquota é de 15% sobre o lucro. Então, se o investidor escolheu um produto muito bom, que está entregando retorno atrás de retorno, é vantagem manter o investimento”, afirma.

Neste caso, segundo Juliana Machado, a melhor opção deve ser realizar novos aportes em produtos com correlação negativa para fins de rebalanceamento da carteira. Se os fundos de ações se tornarem maiores do que o planejado na composição da carteira, por exemplo, investir em fundos cambiais é uma alternativa.

"Poupar e investir de forma recorrente é um dos aspectos mais relevantes das finanças pessoais. Só se conquista a independência financeira com disciplina", cometa. 

Ainda que não exista um período certo para o investidor pedir o resgate, Juliana Machado aconselha ao investidor sempre ter o horizonte de longo prazo ao fazer o primeiro aporte.

"Produtos com risco maior, como fundos multimercados e de ações, exigem um período de investimento de 3 a 5 anos, e os de previdência, pelo menos 10 anos. Só assim é possível obter o efeito dos juros sobre juros e o investimento crescer. Mas, para que isso ocorra, o fundo tem que ter uma boa gestão", complementa a especialista.

Acompanhe tudo sobre:AçõesDiversificaçãoFundos de investimentofundos-de-acoesfundos-de-renda-fixafundos-multimercados

Mais de Invest

Diferença entre conta corrente e conta poupança: como saber qual é a melhor opção?

"O Brasil deveria ser um país permanentemente reformador", diz Ana Paula Vescovi

Como gerar um QR Code para receber transferências de Pix?

Tesla bate US$ 1 trilhão em valor de mercado após rali por vitória de Trump