Invest

Private equity e venture capital: a aposta da Legend na ‘economia real’

Family office LW estrutura nova área dedicada a gerar valor no médio e longo prazo com aportes em empresas sem capital aberto

Sergio Marini, CEO da Legend Wealth Management (LW/Divulgação)

Sergio Marini, CEO da Legend Wealth Management (LW/Divulgação)

BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 16 de abril de 2022 às 08h35.

Ações, títulos de renda fixa, operações no exterior: a carteira montada por family offices para investir o dinheiro dos maiores patrimônios do Brasil costuma ter as mesmas classes de ativos disponíveis para qualquer investidor. Existem, no entanto, produtos e condições que são majoritariamente restritos aos bolsos mais cheios. E são essas operações mais rentáveis – ainda que com maior risco – que estão na mira da Legend Wealth Management (LW).

Com mais de R$ 4,5 bilhões em ativos sob gestão, o family office acaba de estruturar uma nova área voltada para o que a casa chama de “economia real”. As apostas se concentram principalmente em empresas que ainda estão fora do mercado de capitais. Os investimentos serão feitos via private equity, com a compra de participações de empresas não listadas, e por venture capital, com aporte de capital em negócios ainda em estágio inicial, como startups.  

Para Sergio Marini, CEO da Legend Wealth, a estratégia é o diferencial da LW frente a outros family offices. “Vejo a concorrência tratando o segmento como mais um investimento em meio a várias áreas de gestão. Nós estamos criando uma vertical específica para operações que geram e mantêm riqueza para famílias no médio e longo prazo”, disse.

Não perca as últimas tendências do mercado: assine a EXAME por menos de R$ 0,37/dia e receba as notícias em primeira mão

Na visão do CEO, a experiência dos nomes à frente da estratégia também conta a favor do produto. A área tem foco nacional e internacional, com Felipe Jaguaribe, ex-XP e Bozano Investimentos, liderando a operação no Brasil. No exterior, o comando é de Eduardo Loja, ex-chefe de investimentos do private banking do JPMorgan para a América Latina, e de Luiz Forjaz, que passou pelo Banco Safra e pela Brainvest Wealth.

Já o CEO da LW, por sua vez, foi um dos sócios fundadores da Turim, o primeiro family office do Brasil, e chefiou o braço de gestão de fortunas do BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da EXAME) por aproximadamente uma década.

Em entrevista à EXAME Invest, Marini detalhou os planos da LW com o lançamento da nova área. Confira os principais pontos:

Como irá funcionar a estratégia de investimento da nova área?

O nosso foco são empresas que ainda não têm capital aberto. Não temos restrição quanto a setores ou a região do mundo em que o negócio atua. O mais importante é a análise do parceiro que vai estar junto conosco nessa operação. Se é um fundo, vamos analisar a qualidade do produto e dos gestores. Mas se é uma empresa, o foco são os executivos à frente do negócio. Investimos um tempo inicial muito grande analisando as parcerias.

A LW pode adquirir tanto cotas de fundos quanto as próprias empresas?

Exatamente. Para dar um exemplo, é possível que a LW entre como cotista de um fundo e uma dessas empresas que faz parte do produto precise de um capital extra que o fundo não consegue atender. Nesse caso, somos elegíveis a ser um investidor direto nessas empresas. 

Investimentos mais arriscados costumam ser penalizados em momentos de alta na taxa de juros. Considerando a trajetória de alta da Selic, os ativos alternativos continua sendo um bom investimento?

A LW sempre trabalha com juro real, que é o nominal menos a inflação, e acreditamos na hipótese de juros reais baixos a longo prazo. Por mais que, agora, a Selic esteja se encaminhando para um cenário de 12% a 13% ao ano, a inflação anunciada pode chegar a mais de 8%. E a inflação de alta renda fica geralmente acima da geral. Vale lembrar ainda que o Brasil já acelerou o processo de subida de juros, o que significa que o patamar atual deve ser temporário.

Outro ponto a considerar é que as grandes fortunas têm uma necessidade maior de investimento a médio e longo prazo e, historicamente, o ideal para gerar retorno em um horizonte mais prolongado de tempo é investindo em boas empresas.

Qual o percentual da carteira que deve ficar investido nesse tipo de ativo?

Certamente não é a maior parcela de investimento do cliente porque é uma fatia de maior risco, que precisa de uma análise muito completa do setor, da empresa e de quem está à frente do negócio em que se entra como sócio. Dito isso, é um percentual muito particular para cada família, que varia entre 5% e 15%. Não é uma parcela grande, muito pelo contrário, mas é dela que depende o retorno de longo prazo.

Acompanhe tudo sobre:Gestores de fundosInvestimentos-pessoaisPrivate equityVenture capital

Mais de Invest

Lucro da Meta (META) supera previsões, mas empresa projeta alta de custos em 2025

Ação da Tesla (TSLA) sobe no after market mesmo com lucro e receita abaixo do esperado

Anúncio de novo consignado privado faz ações dos bancos caírem no Ibovespa

9 dicas para organizar as contas no começo do ano