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O que você quer ser quando o seu filho crescer?

Os sonhos não acabam na sala de parto e, por isso, não devemos abrir mão deles

Maternidade e carreira: nossos sonhos ainda estão presentes ao longo da nossa vida (Paula Moreira/Divulgação)

Maternidade e carreira: nossos sonhos ainda estão presentes ao longo da nossa vida (Paula Moreira/Divulgação)

Carolina Cavenaghi
Carolina Cavenaghi

Cofundadora e CEO da Fin4she

Publicado em 14 de maio de 2023 às 07h14.

Última atualização em 28 de agosto de 2023 às 15h54.

Há exatamente um ano, eu escrevia uma coluna para a EXAME sobre o Dia das Mães. Com o título “Nossos sonhos não acabam dentro da sala de parto”, falei sobre a culpa ser um sentimento muito presente para as mães e sobre como nos sentimos culpadas por praticamente toda e qualquer decisão nesse papel.

Hoje, um ano depois, me sinto orgulhosa em escrever novamente a coluna para o Dia das Mães. Esse orgulho vem do fato de que sinto uma evolução pessoal em relação à culpa. Deixa eu contextualizar vocês.

Na última semana, a escola do Tom e do Martin, meus filhos, organizou algumas ações e eventos em comemoração ao Dia das Mães. Uma dessas ações era que nós fossemos até a escola para um momento de interação e para receber uma homenagem preparada pelas crianças.

Os meninos estavam super animados com a apresentação. Imaginem vocês, então, tamanha a decepção deles quando contei que não conseguiria participar. No mesmo dia, eu recebi um convite especial para fazer uma palestra na faculdade em que me formei há quase 20 anos -, em São Paulo.

Lembro que na época em que eu era estudante, esses eventos universitários me marcaram muito e sempre sonhei em voltar e participar como palestrante, para retribuir toda a experiência que ele me trouxe. Ou seja, eu estaria na escola das crianças, ou participaria do evento.

Sempre digo que a vida é feita de escolhas difíceis e cada escolha é também uma renúncia. E muitas vezes precisamos de coragem para seguir os nossos sonhos. E nesse caso, eu escolhi ir para a palestra.

Acontece que o mais importante de tudo para mim - e o motivo de eu estar escrevendo sobre isso neste texto - não foi a escolha em si, mas o sentimento que ela me trouxe.

Na mesma semana, a escola fez uma ação com as mães em que tínhamos que responder “o que você vai ser quando seu filho crescer”. E eu achei essa pergunta tão profunda e importante, por simplesmente nunca ter parado para refletir sobre essa perspectiva.

Naquele momento eu entendi, que não é sobre culpa, e sim sobre continuarmos a nossa jornada individual como mulher. É sobre como estamos sempre em busca da nossa melhor versão como mulher, mãe, filha, profissional entre tantos outros papéis.

É como os nossos sonhos ainda estão presentes ao longo da nossa vida e a importância de ensinarmos os nossos filhos a seguirem em busca dos sonhos deles também. Com amor, verdade, coragem e muita determinação.

Tenho aprendido muito sobre isso, a verdade e a previsibilidade em nossas relações com os nossos filhos, e o quanto isso é transformador. O fato é que não existe certo e errado quando o assunto é maternidade, o que existe é a forma como que cada uma de nós faz dar certo.

No final, nós sentimos de perder momentos especiais, eu queria muito estar lá. Mas a nossa presença e conexão é muito além de estarmos fisicamente presentes. No meu caso, eu gravei um vídeo muito especial e foi uma surpresa.

E eu tenho certeza que as minhas palavras e o que eles sentiram foi muito mais importante para a vida deles, que eles aprenderam o quanto é importante ir atrás do que nós queremos e que vão seguir esse exemplo na vida deles.

Dessa vez, foi a forma que nós encontramos de fazer dar certo esse momento.

Neste Dia das Mães, eu deixo essa pergunta aqui para vocês:

O que você quer ser quando o seu filho crescer?

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