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Virada na Petrobras: ação sobe quase 6% após BTG e BofA recomendarem compra

Decisão de aumentar o preço dos combustíveis na semana passada pesou na mudança; preço do petróleo e dividendos também estão no radar

Petrobras: ações da petroleira saltam mais de 5% nesta terça-feira (Wagner Meier/Getty Images)

Petrobras: ações da petroleira saltam mais de 5% nesta terça-feira (Wagner Meier/Getty Images)

Beatriz Quesada
Beatriz Quesada

Repórter de Invest

Publicado em 23 de agosto de 2023 às 14h32.

Última atualização em 23 de agosto de 2023 às 17h26.

As ações da Petrobras (PETR4) voltaram aos holofotes nesta terça-feira, 23, após duas equipes de análise passarem a recomendar a compra da ação. BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME) e Bank of America (BofA) elevaram suas recomendações de “neutra” para “compra”, com um potencial de valorização (upside) de até 33%. Em reação, os papéis disparam até 5,7% na bolsa hoje.

  • Petrobras (PETR3): + 5,70%
  • Petrobras (PETR4): + 5,33%

A grande preocupação, para o BTG, era o risco em se investir em uma empresa estatal, principalmente considerando o histórico anterior da empresa sob governos do PT. Entre os principais temores estavam subsídios aos preços dos combustíveis e investimentos em projetos além do pré-sal. Mas o anúncio de reajuste nos preços da gasolina e do diesel na semana passada fez o BTG recuar da postura cautelosa que tinha para as ações.

“Tínhamos subestimado os mecanismos de defesa oferecidos pelos estatutos aprimorados da Petrobras, bem como a proteção da lei das empresas estatais. Agora acreditamos (e esperamos) que a alocação de capital da estatal não pode ser tão facilmente modificada, protegendo os resultados, preservando seu balanço enxuto e melhorando a visibilidade de que os dividendos permanecerão fortes por mais tempo”, afirmaram, em relatório, os analistas do banco.

A expectativa é que a nova política de preços não se afaste muito da política de paridade de importação (PPI) adotada anteriormente. De olho nisso, o BTG tem preço-alvo de US$ 16 para as ADRs, recibo das ações negociadas no exterior. O número representa um potencial de valorização de 18,3% frente ao fechamento da véspera.

Os dividendos foram citados também pelo BofA, que colocam o pagamento de “dividendos extraordinários” como fundamento para a visão positiva sobre as ações. “Acreditamos que o governo brasileiro apoiará o pagamento de dividendos extraordinários devido à sua situação fiscal. Nesse contexto, estimamos uma forte perspectiva de rendimento para os dividendos neste ano e no próximo. Pelos nossos cálculos, o dividend yield da Petrobras pode chegar a 19% no segundo semestre”, informou o relatório do banco.

O BofA aumentou o preço-alvo para as ADRs de US$ 13,2 para US$ 18 – um upside de até 33%. O banco também tem uma perspectiva otimista para o preço do petróleo, e vê o petróleo tipo Brent negociado a US$ 90 no próximo ano, valor acima do consenso de mercado. 

Porém, apesar da elevação da recomendação para a Petro, a principal recomendação do BofA no setor é a petroleira privada Prio (PRIO3). Entre os motivos estão o potencial de crescimento, a rentabilidade forte e o preço das ações, que estaria descontado na avaliação do banco.

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