Vale: Empresa distribui pelo menos 30% do seu fluxo de caixa livre ao ano em dividendos (Tomaz Silva/Agência Brasil)
Editora do EXAME IN
Publicado em 25 de abril de 2025 às 15h44.
Última atualização em 25 de abril de 2025 às 15h59.
A Vale (VALE3) fechou 2024 deixando para trás várias das incertezas que pesavam sobre a companhia. Fechou a repactuação do acordo sobre o acidente em Mariana e trocou o comando garantindo a continuidade com o ex-CFO Gustavo Pimenta, que vem tecendo uma relação mais amistosa com o governo federal.
Nos últimos trimestres, vem entregando um resultado mais previsível e uma importante redução de custos, que abriu espaço para maior geração de caixa.
Com isso, no começo de 2025 anunciou um pagamento de dividendos extraordinários de US$ 500 milhões, levando a distribuição total de US$ 2 bilhões em março.
Quando esse pagamento pode se repetir?
O diretor financeiro da Vale, Marcelo Bacci, tem sinalizado um indicador para os investidores ficarem de olho: a dívida líquida expandida da empresa, que além da dívida financeira inclui despesas com reparações pelos acidentes envolvendo a companhia na última década.
A meta da Vale é manter essa dívida entre US$ 10 bilhões e US$ 20 bilhões. No segundo trimestre, o indicador ficou em US$ 18,2 bilhões, acima dos US$ 16,2 bilhões do trimestre anterior.
“Devemos avaliar um aumento de remuneração, seja via recompras ou dividendos, se nossa dívida líquida cair abaixo do centro da meta, de US$ 15 bilhões. Mais do que isso é muito cedo para discutir”, afirmou na teleconferência de resultados do segundo trimestre.
Além dos dividendos, a melhora na remuneração pode vir por meio de recompra de ações – que diminui o número de ações em circulação, valorizando em tese o quanto vale cada papel da empresa. A Vale aprovou um programa de recompra de até 3% do capital circulando no mercado, que pode ser executado até meados do próximo ano.
A Vale tem como política distribuir pelo menos 30% de seu fluxo de caixa livre em dividendos aos acionistas todo ano. "Esse pagamento está garantido, em qualquer cenário", frisou o CFO.
A política da empresa estabelece que os dividendos serão pagos em duas parcelas anuais, geralmente em março e setembro, referentes ao primeiro e segundo semestres do ano, respectivamente. O conselho de administração pode deliberar pela distribuição de dividendos extraordinários.