Investir em ações nos Estados Unidos pode ser uma estratégia para diversificar o portfólio e proteger o patrimônio contra a instabilidade econômica do Brasil. Mas, antes de dar esse passo, é importante entender os índices das bolsas americanas e como eles funcionam.

O que são índices de mercado?

Índices são cestas teóricas de ativos que atendem a critérios específicos visando representar categorias. Os mais conhecidos são os representativos das principais ações ou títulos de determinado país, como o Ibovespa representando a bolsa de valores brasileira.

Em outras palavras, um índice não inclui a totalidade de um mercado, mas busca representá-lo com alguma precisão. Acompanhar os índices é uma maneira de compreender os movimentos gerais de um mercado.

Quando se fala em alta ou queda de uma bolsa de valores, isso se refere aos índices representativos dessa bolsa: ainda que uma parte das ações tenha se movido na direção oposta, a média ponderada que forma o índice é o que será acompanhado pelo noticiário e pelos investidores.

Esse é um exemplo relacionado a ações, mas também existem índices de outros tipos de ativos, como títulos de dívida ou fundos, por exemplo.

Quem investe em bolsa geralmente acompanha os índices de ações – ou deveria. E isso vale para quem investe na bolsa brasileira ou na americana.

Investir nos EUA mesmo morando no Brasil

Ainda que nem todo mundo saiba, investir na bolsa americana é um caminho viável para pessoas que moram no Brasil, e uma forma de diversificar o portfólio e proteger o patrimônio frente à instabilidade da economia brasileira e do real.

Além disso, o mercado de ações americano tem uma oferta significativamente maior de ativos, ampliando o leque de opções do investidor brasileiro.

Uma das formas de investir na bolsa americana é abrir uma conta global em uma plataforma brasileira que ofereça serviços financeiros internacionais. Com a conta aberta, basta acessar o aplicativo e escolher entre as opções de ativos das bolsas de valores dos EUA que são ofertadas pela plataforma, como ações, ETFs e REITs.

Índices dos EUA para acompanhar

Se a opção for por investir na bolsa americana, é importante estar ciente de quais são os índices de ações mais relevantes daquele país.

De acordo com Paula Zogbi, da fintech Nomad, que oferece serviços financeiros globais aos brasileiros, os principais índices de ações dos Estados Unidos que o investidor brasileiro deve acompanhar são:

• S&P 500: É composto pelas 500 maiores empresas (em valor de mercado) dos EUA, listadas na Nasdaq ou na NYSE, sem critérios setoriais, abrangendo indústrias diversas. Ele busca ser representativo do mercado acionário americano de forma ampla. É ponderado por valor de mercado, o que significa que empresas com maior capitalização na bolsa têm mais peso no índice. Alguns critérios de inclusão são: liquidez, livre negociação de pelo menos 10% das ações e valor de mercado de pelo menos US$ 14,6 bilhões.
• Nasdaq Composite: É composto por ações negociadas na Nasdaq, com mais de 3.400 ações participantes atualmente. Aproximadamente 90% do peso do Nasdaq Composite é composto pelo Nasdaq 100, que exclui ações do setor financeiro. Isso contribui para o fato de que aproximadamente 57% das companhias listadas sejam do setor de tecnologia, e mais de 50% do peso também. "É essa a composição que faz com que esse seja o índice mais utilizado para acompanhar especificamente o segmento tech da bolsa americana", explica Zogbi.
• Dow Jones Industrial Average: É composto por 30 ações de companhias relevantes para a economia americana, sendo o mais antigo dos índices citados. Diferentemente dos outros dois (e da maioria dos índices do mercado mundialmente), esse índice tem ponderação por valor das ações, e não valor de mercado. Isso significa que variações de empresas menores com ações unitariamente mais caras terão mais impacto no índice.

Como acompanhar esses índices?

Para acompanhar o desempenho desses índices e entender as movimentações do mercado, é possível utilizar sites de notícias e relatórios especializados.

Paula Zogbi também destaca que é possível investir “nos índices”, ou, mais precisamente, em ETFs (fundos listados em bolsa) que replicam os mesmos papéis presentes nos índices. "É uma maneira de ter exposição a um mercado amplamente, sem precisar selecionar ativos individualmente", conclui Zogbi.