Obra "Sonhos de Carnaval", de Di Cavalcanti, em Nova York (EMMANUEL DUNAND/AFP/Getty Images)
Guilherme Guilherme
Publicado em 13 de setembro de 2021 às 14h26.
Antes restrita a um seleto grupo de milionários, investimentos no mercado da arte têm se tornado viável com a possibilidade de comprar apenas uma fatia de uma ou mais obras. É com essa estratégia que a fintech de ativos alternativos Hurst Capital está oferecendo duas pinturas do consagrado artista brasileiro Di Cavalcanti por aporte mínimos de 10 mil reais.
O quadros escolhidos foram a "Cena de Carnaval" e "Paisagem Marinha" das décadas de 1950 e 1960, respectivamente. Essas fases, segundo a Hurst, possuem grande demanda entre colecionadores de arte e também entre arquitetos e decoradores, sugerindo boas oportunidades de venda para a operação.
Adquiridas na Galeria Almeida e Dale 20% abaixo de seu valor de mercado, a Hurst espera que o investimento renda até 23,65% ao ano em prazo estimado de 12 a 36 meses. No cenário base, o lucro esperado com a operação é de 16,06%, sendo de 9,65% na pior das hipóteses.
Para traçar esses números, a Hurst avaliou 1014 transações realizadas em leilões de obras de arte ocorridas em um período de 23 anos. A fintech também considerou a liquidez de suas dos trabalhos de Di Cavalcanti no mercado de arte internacional e a escassez de suas obras, tendo em vista que o artista já morreu.
Segundo Augusto Salgado, especialista de obras de arte da Hurst, a celebração dos 100 anos da Semana de Arte Moderna de 1922, a qual Di Cavalcanti foi idealizador e um dos principais nomes, também deve contribuir para a valorização das obras. "Além disso, o simples fato de as duas pinturas terem sido compradas com valor 20% inferior ao preço de mercado, já colabora para que os investidores tenham bons retornos", afirma.
Disponível para qualquer tipo de investidor, o investimento nas obras de Di Cavalcanti está disponível por meio de crowdfunding na plataforma da Hurst Capital. Entre o 6º e 24º mês da operação, as obras serão vendidas automaticamente, caso o valor da compra atinja a rentabilidade esperada da operação. Entre o 25º e o 36º mês, todas ofertas de compra serão apresentadas aos investidores, que poderão decidir pela venda por meio de votação em plataforma da fintech. A partir do 37º mês, as obras irão à leilão.
Aqueles que quiserem deixar o investimento antes da venda das obras, poderá negociar sua participação, que será tokenizada, por meio da Hurst. Esta foi a segunda operação da Hurst no mundo da arte. A primeira, também realizada neste ano, foi com obras do artista plástico Abraham Palatnik, pioneiro da arte cinética.