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Número de contas de pessoas físicas na bolsa chega a 4 milhões

Levantamento mostra que pequenos investidores aumentaram investimento em ações em 26%; alta foi de 11% para produtos de renda fixa

Número de CPFs únicos na bolsa,é de 3,4 milhões | Foto: cihatatceken/Gettyimages (cihatatceken/Getty Images)

Número de CPFs únicos na bolsa,é de 3,4 milhões | Foto: cihatatceken/Gettyimages (cihatatceken/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 3 de novembro de 2021 às 16h07.

A bolsa brasileira atingiu, no mês de outubro a marca histórica de 4 milhões de contas de pessoas físicas, segundo levantamento da B3 divulgado nesta quarta-feira, 3. O número representa a quantidade de contas abertas por pessoas físicas em cada corretora no Brasil.

Já o número de CPFs únicos, que representa a real quantidade de pequenos investidores na bolsa, é de 3,4 milhões. A diferença ocorre porque uma mesma pessoa pode ter conta em mais de uma corretora.

“Com o crescimento de abertura de contas em mais de um intermediário também passamos a divulgar, há alguns meses, o número de CPFs. É um termômetro mais preciso para avaliar a real tendência do comportamento do brasileiro”, afirma, em nota, Felipe Paiva, diretor de relacionamento com clientes e pessoa física da B3.

A divulgação dos dados, que antes era semestral, passa a ser feita trimestralmente. Segundo a B3, o número de investidores em ações cresceu 26% na comparação entre setembro de 2020 e o mesmo período deste ano. Já os fundos de investimento imobiliários (FIIs), fundos de índices (ETFs) e Brazilian Depositary Receipt (BDRs) subiram 40%, 96% e 1.414%, respectivamente, na comparação com o mesmo intervalo de tempo do ano anterior.  

Os valores investidos por pessoas físicas em renda variável representam 490 bilhões de reais em valor em custódia.

Diversificação em alta

O levantamento da bolsa demonstrou uma continuidade da tendência de diversificação nas carteiras. Em 2016, 78% das pessoas físicas detinham apenas ações em seus portfólios. Em 2021, esse número caiu para 49%. 

“O que estamos vendo é que, cada vez mais, os investidores possuem uma combinação de ações com outros produtos de bolsa, trazendo para a prática o conceito da diversificação de carteira”, diz Paiva. 

A diversificação ocorre também dentro do universo das ações. Em 2016, 39% dos investidores pessoa física possuíam apenas um ativo em carteira – atualmente esse número caiu para 21%. Isso significa que um a cada dois investidores possui mais de 5 tickers na carteira. 

Aportes menores

Outro ponto que chama a atenção no levantamento é o valor médio do primeiro investimento das pessoas físicas na renda variável – que tem sido cada vez mais baixo. A quantia, que já foi de cerca de 1.500 reais, hoje está em torno de 273 reais. 

“Fazendo um raio-X dos 86 mil investidores que entraram em setembro, com mediana de 273 reais, observamos que a maior parte entrou com investimentos ainda menores, na faixa até 200 reais. Podemos inferir que é uma parcela do patrimônio do investidor, ainda mais combinando com o número da carteira mediana de 8 mil reais. Ou seja, a pessoa física entra com aportes baixos, mas os mantém de forma recorrente”, argumenta Paiva. 

Renda fixa: CDB é produto favorito

Este também é o primeiro levantamento que conta com análise voltada para a renda fixa. São 9,6 milhões de pessoas físicas em produtos de renda fixa na B3, considerando Certificados de Depósito Bancário (CDB), Recibo de Depósito Bancário (RDB), Letra de Crédito (LC), Letra de Crédito Imobiliário (LCI), Letra de Crédito do Agronegócio (LCA), Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), debêntures, notas comerciais e letras hipotecárias. 

Em relação ao final de 2020, os dados apontam um aumento de 11% no número de CPFs e aumento de 17% no saldo em custódia em renda fixa.

O CDB é o produto preferido da pessoa física no segmento. São 6,8 milhões de CPFs investindo em CDBs, totalizando um saldo de 473 bilhões de reais. Em relação ao final de 2020, houve um aumento de 11% de pessoas físicas no produto.  

Os RDBs estão em segundo lugar no gosto do investidor individual por produtos de renda fixa, com 2,3 milhões de CPFs. 

Na sequência estão produtos isentos do imposto de renda e que costumam oferecer rendimentos superiores aos da Poupança: LCIs, com 907 mil pessoas físicas e as LCAs, com 593 mil PFs. Em relação aos demais produtos de renda fixa, as LCAs apresentaram o maior aumento relativo do número de investidores, com 49% a mais de pessoas físicas e crescimento de 38% no saldo.

Tesouro direto continua atrativo

Os dados da B3 também mostram que o número de investidores no Tesouro Direto continua crescendo. De 2020 para cá, houve um crescimento de 16% nos números de CPFs no Tesouro, que atingiu 1,7 milhão de investidores.  

Diferentemente do mercado de equities, o perfil de gênero dos investidores em Tesouro Direto mudou consideravelmente ao longo dos anos, com um aumento de 16% na participação das mulheres quando comparado a 2013 – elas representam, hoje, 41% dos investidores no produto.

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