Painel de cotações da B3: novo ETF será o primeiro a distribuir dividendos (Germano Lüders/Exame)
Repórter de Invest
Publicado em 28 de setembro de 2023 às 16h44.
Última atualização em 28 de setembro de 2023 às 17h05.
A bolsa vai ganhar um novo produto até então inédito no mercado brasileiro: um ETF com pagamento mensal de dividendos aos cotistas. O Nu Renda Ibov Smart Dividendos (NDIV11) é uma parceria da gestora do Nubank, a Nu Asset, com a B3, a bolsa brasileira, e começa a ser negociado nesta sexta-feira, 29.
O ETF vai seguir o Ibovespa Smart Dividendos B3, primeiro subíndice do Ibovespa lançado em 55 anos. São dois os critérios principais para compor o índice: fazer parte do Ibovespa e estar entre as 25% maiores pagadoras de dividendos da bolsa.
Serão 21 empresas participantes. As de maior peso no índice são Taesa (TAEE11), Telefônica (VIVT3) e BB Seguridade (BBSE3). A carteira atual tem validade até 29 de dezembro deste ano, e contará com rebalanceamento a cada quatro meses, assim como os demais índices da bolsa.Veja abaixo a lista completa, com o peso de cada empresa:
O cálculo para composição do índice envolve o dividend yield – valores de dividendo em relação ao preço da ação – dos últimos seis anos, em uma média ponderada que dá maior peso aos anos recentes. Dividendos extraordinários serão ponderados no cálculo, que vai limitar a exposição em uma única empresa até 20%.
O produto ficará disponível na B3 a todos os investidores – não é necessário ter conta no Nubank ou na Nu Invest para investir.
A parceria também vai dar origem a outro ETF, o Nu Ibov Smart Dividendos (NSDV11). O produto também irá acompanhar o desempenho do Ibovespa Smart Dividendos B3. Porém, ao invés de distribuir os proventos, irá reinvesti-los no índice.
“Os investidores muitas vezes têm dificuldade de escolher portfólio de ações de forma simples e eficiente. A melhor forma de entregar isso para os nossos clientes é através dos ETFs”, disse Andrés Kikuchi, diretor executivo da Nu Asset Management, em coletiva na tarde desta quinta-feira, 28.
Para o Nubank, a aposta nos ETFs traz a oportunidade de liderar o segmento no Brasil. “Os ETFs têm um potencial enorme de crescimento no País, e queremos ser protagonistas nesse mercado”, afirmou Kikuchi. O mercado de ETFs representa US$ 10,6 trilhões de dólares mundialmente, enquanto, no Brasil, os produtos movimentam em torno de US$ 9 bilhões nos cálculos da B3.
Os ETFs seriam ainda uma porta aberta para alcançar um investidor para além da base do Nubank, uma vez que podem ser negociados de qualquer plataforma. Entra aqui também a estratégia do banco digital em oferecer novos produtos para sua base de olho no segmento de alta renda, que busca diversificação. “Temos um grande potencial de engajar clientes de alta renda com uma oferta mais segmentada”, avaliou Livia Chanes, líder das operações do Nubank no Brasil.
Já para a B3, o lançamento é mais uma etapa em sua consolidação como provedora-líder no mercado de índices. “Além de dar visibilidade para as empresas que ao mesmo tempo são referências no mercado e são boas pagadoras de dividendos, o Ibovespa Smart Dividendos é mais uma tese de investimento que disponibilizamos ao mercado, consolidando a B3 como principal provedora de índices no Brasil”, afirma Henio Scheidt, gerente de Índices da B3.
O valor mínimo inicial para investir nos dois ETFs do Nubank é de R$ 100, correspondente a uma cota, sendo que ao longo do tempo pode haver variação de acordo também com a variação do índice. Tanto o NDIV11 quanto o NSDV11 possuem 0,5% de taxa de administração, sem cobrança de taxa de performance.
Em ambos os ETFs incide o Imposto de Renda no momento da venda – e se ocorrer ganho de capital. No caso do ETF que distribui dividendos, há tributação de IR de 15% sobre o valor de proventos pagos aos cotistas, que será recolhido diretamente pelo administrador do fundo.
Os dois novos fundos listados em bolsa do Nubank possuem liquidez de dois dias úteis.