Painel da B3, a bolsa de valores brasileira (Cris Faga/NurPhoto/Getty Images)
Repórter de Invest
Publicado em 15 de fevereiro de 2024 às 16h52.
Última atualização em 15 de fevereiro de 2024 às 19h55.
O Bank Of America (BofA) tem perspectivas positivas com o Ibovespa em 2024. Em relatório divulgado nesta quinta-feira, 15, os analistas afirmam que o contexto global de queda de juros será positivo para os mercados emergentes, com destaque para a bolsa de valores brasileira. No entanto, eles alertam que o país “carece de uma história doméstica forte”.
Ainda assim, eles dizem ver uma situação benigna para o índice como um todo. Isso porque o mercado brasileiro está em condições “relativamente boas” no que tange às finanças públicas, ao crescimento, às contas externas e ao câmbio. “O valuation das ações estão mais atrativos do que no final do ano passado e os lucros domésticos finalmente estão se estabilizando”, dizem.
Além disso, os analistas do BofA destacam que o Ibovespa dificilmente será abalado nos próximos meses, visto a perspectiva estável para o petróleo, os riscos da China que já estão precificados (commodities são um consenso em baixa) e com a maioria dos grandes bancos apresentando tendências operacionais de melhora.
Embora as perspectivas sejam positivas para o índice em geral, o BofA está ainda mais otimista com o setor bancário. Tanto que ele mudou exposição aos bancos brasileiros de em linha com a média do mercado (marketweight) para uma performance superior ao índice (overweight).
No entanto, eles são seletivos na escolha de investimentos, recomendando maior exposição ao Itaú (ITUB4), BTG Pactual (BPAC11, do mesmo grupo controlador da EXAME) e Banco do Brasil (BBAS3) frente ao Bradesco (BBDC4). Os analistas também dizem gostar de empresas financeiras não-bancárias e que não são alavancadas à taxa de juro — o que inclui a XP (XPBR31) e a B3 (B3SA3). “Financiamos essa mudança reduzindo proporcionalmente a exposição no restante da carteira”, dizem.
Outro setor listado na bolsa brasileira que o BofA recomenda exposição é o de serviços de utilidade pública, uma vez que os lucros relativamente fortes das companhias não dependem de fatores macroeconômicos. “Gostamos da Eletrobras (ELET6), Energisa (ENGI11) e Sabesp (SPBSP3).” Os analistas também se dizem positivos a “nomes de qualidade” nos segmentos de shoppings, transporte, saúde e etanol.