Ibovespa: o Ibovespa teve seu melhor mês desde 2020 e uma cesta de multimercados medida por um índice da Anbima subiu 1,51% após taxas no mês — acima da taxa de referência do CDI pela primeira vez desde janeiro (Germano Lüders/Exame)
Agência de notícias
Publicado em 20 de julho de 2023 às 17h54.
As gestoras de recursos que evitaram posições no mercado brasileiro no início do ano tiveram de mudar de estratégia ao se encontrarem do lado errado das apostas.
Alguns dos principais fundos multimercado do país se tornaram mais positivos com os ativos domésticos em junho, com apostas na alta da bolsa e na queda das taxas de juros — o que consolidou uma tendência mais otimista entre os investidores que começou a surgir em maio, quando o mercado local passou por um rali.
A estratégia valeu a pena: o Ibovespa teve seu melhor mês desde 2020 e uma cesta de multimercados medida por um índice da Anbima subiu 1,51% após taxas no mês — acima da taxa de referência do CDI pela primeira vez desde janeiro.
“Não diria que estou otimista no médio prazo com Brasil, já que ainda existem desafios com as medidas arrecadatórias necessárias para cumprir a meta de superávit primário, mas acho que temos uma janela de oportunidade benigna que pode durar esse ano todo”, diz Frederico Catalan, gestor do Opportunity Total.
“Tivemos algumas melhoras fundamentais no cenário, e a indústria de fundos, como nós, ficou mais positiva”, disse Catalan.
Fundos geridos pela Absolute Investimentos e Ibiuna Investimentos figuraram entre os de melhor desempenho em junho, enquanto o principal fundo macro da SPX Capital contrariou a tendência positiva e teve seu segundo pior retorno mensal já registrado, reconhecendo o erro em sua leitura de Brasil em carta a cotistas.
A Verde Asset Management avalia que o apetite por ativos mais arriscados se intensificará com a queda dos juros - o Banco Central deve iniciar um ciclo de flexibilização monetária no próximo mês. A gestora de Luis Stuhlberger também disse que os mercados de capitais domésticos reabriram de maneira relevante.
Veja o que algumas das principais gestoras independentes brasileiras disseram em suas cartas mensais:
A Absolute Investimentos disse que detém apostas em inclinação da curva de juros no Brasil e que mantém apostas em juros longos maiores nos EUA.
A menor incerteza nos mercados domésticos pode abrir espaço para aumentar a exposição ao risco. Política do governo em relação à Petrobras é um ponto de atenção.
O Bahia detém apostas que ganham com a queda dos juros no Brasil. O fundo também possui uma posição que se beneficia da alta da bolsa brasileira.
A Genoa Capital aposta em taxas nominais e reais mais baixas no Brasil e mantém postura otimista com as ações locais. O fundo também está apostando no real frente ao dólar e uma cesta de moedas de mercados emergentes.
Fundo detém posições que lucram com a queda dos juros de curto prazo nos EUA. Continua apostando em taxas mais baixas no G10 e nas economias emergentes que têm mais chances de iniciar um ciclo de flexibilização no segundo semestre.
A Kapitalo abriu uma posição comprada no iene japonês contra o euro. Também está comprado em real brasileiro, peso mexicano, coroa norueguesa e rupia indiana, e vendido em peso colombiano.
Cortou posições aplicadas em juros nas economias centrais e manteve as apostas em taxas mais baixas nos mercados emergentes, inclusive no Brasil. Agora também está comprado em ações brasileiras.
Os fundos macro da SPX apostam em taxas mais baixas no Brasil e mantêm uma posição neutra nas ações locais. Os fundos também têm posições compradas no dólar americano em relação a moedas que não identificou.
Fundo reabriu posição vendida em relação a bolsas globais. Manteve apostas em alta dos juros americanos de curto prazo e está comprado em taxas de inflação implícitas nos EUA.
A Vinland está aplicada em juros no Chile, na Colômbia e no México. Também está posicionada para um adiamento do ciclo de corte de juros nos EUA.
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