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Felipe Mattar no Clube Invest: impacto no sistema financeiro americano é uma questão pontual

Investidor comanda a Atmosphere Capital, uma gestora dedicada a investimentos em mercados desenvolvidos, principalmente na América do Norte e Europa

Time monitora cerca de 400 ativos, e só investe naqueles que movimentam pelo menos US$ 25 milhões por dia (Reprodução/Site Exame)

Time monitora cerca de 400 ativos, e só investe naqueles que movimentam pelo menos US$ 25 milhões por dia (Reprodução/Site Exame)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 5 de maio de 2023 às 07h19.

A venda do First Republic Bank para o JP Morgan trouxe tranquilidade passageira. Logo a preocupação voltou ao radar com o setor bancário nos Estados Unidos e ações caíram, em especial do PacWest Bancorp e o Western Alliance. Ainda assim, o problema do setor financeiro é mais uma questão pontual do que sistêmica, segundo Felipe Mattar, CIO e gestor da Atmosphere Capital, uma gestora dedicada a investimentos em mercados desenvolvidos, principalmente na América do Norte e Europa.

"A questão do sistema financeiro ainda vemos, sem acreditar em sinais muito fortes, que não será uma questão sistêmica. É uma questão pontual e em grande parte resolvida pelas autoridades americanas: o FDIC e o FED. Mas vai ter implicações para custo e disponibilidade de crédito, particularmente para os pequenos negócios", explicou em entrevista ao Clube da EXAME Invest, podcast sobre investimentos ancorado por Daniel Cunha, sales no BTG Pactual e Bruno Lima, equity research analyst do BTG Pactual. 

Segundo ele, o reflexo da dificuldade financeira das pequenas empresas é o que pode se refletir para as grandes, que têm capital aberto e estão listadas no índice S&P. "Não tem uma questão de saúde, mas tem uma questão de atividade econômica que contamina, de certa forma, os resultados das empresas maiores", diz ele.

Mattar observa que os resultados das empresas no primeiro trimestre foram fortes e mesmo o 'guidance' (projeção de metas) delas continua relativamente forte para o fim do ano, mas foi possível ver uma desaceleração em algumas das empresas.

Enquanto a demanda começa a dar algum sinal de impacto, na parte financeira o retrato das companhias do S&P é, de modo geral, bem mais bonito. "As empresas que compõe o S&P permanecem saudáveis e aproveitaram a janela de super liquidez do covid-19. Entraram na Covid com 'duration' de 6 anos e saíram com 'duration' médio de 12 anos. Alongaram [a dívida] e a um custo baixo. Está todo mundo mais preocupado e empenhado e pensando alocação de capital, mas é mais pela mudança do juros", explica.

Maior parte do movimento da curva de juros já veio

Na mesa central do Clube, Mattar falou sobre a estratégia de investimentos e o foco da Atmosphere Capital no setor de energia, desde baterias de lítio e hidrogênio até poços de petróleo e infraestrutura agrícola. Também contou que seu time monitora cerca de 400 ativos, e só investe naqueles que movimentam pelo menos US$ 25 milhões por dia.

O investidor diz que está neutro para o risco do mercado americano desde novembro, porque acredita que tem uma boa parte do movimento da curva de juros que já foi.

"Tem um 'range' de negociação de volatilidade do mercado americano de +5% ou+6% a -5% ou -6% simplesmente ao se olhar para a curva de juros. No entanto, ainda que ofuscado na performance do índice americano, há uma preocupação com estagnação da inflação porque o PIB de março veio abaixo do esperado e a inflação, acima. Não acreditamos exatamente nisso como uma questão estrutural, mas meio que joga uma ducha de água fria na perspectiva de que o Fed viria com aumento de 0,25 e sinalizando que pararia", afirma.

De acordo com ele, há uma subcompressão das margens de boa parte dos setores que compõem o S&P e, dado o cenário de política monetária, o que se tem que olhar é a ponta de resultados e o tamanho do risco que se tem neles.

Assista ao episódio completo abaixo:

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