Dólar: de acordo com dados da consultoria Economática, o Brasil é o local onde a moeda apresentou a maior desvalorização em 2022 (Daniel Grizelj/Getty Images)
Beatriz Correia
Publicado em 23 de março de 2022 às 15h57.
Última atualização em 25 de março de 2022 às 17h24.
Após bater quase R$ 6 reais em 2021, o dólar perdeu força este ano. Na tarde desta sexta-feira (25), a moeda norte-americana chegou a ser negociada por R$ 4,74 e chama a atenção de investidores e da população. Desde janeiro, o dólar acumula uma queda que ultrapassa os 10%. De acordo com dados da consultoria Economatica, o Brasil é o local onde a moeda apresentou a maior desvalorização em 2022.
Fonte: B3
Para entender o motivo da forte queda do dólar, é preciso analisar o cenário macroeconômico e entender quais fatores impactam a cotação. Esse olhar macro é importante para qualquer análise de um ambiente econômico e de ativos financeiros, com o objetivo de tomar decisões corretas na hora de investir. A estratégia de valuation é uma das ferramentas mais tradicionalmente usadas por especialistas na hora de realizar esta análise.
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De acordo com análises de economistas, o movimento de queda do dólar em 2022 é influenciado por alguns fatores como o alto volume de investimento estrangeiro no Brasil; o aumento da taxa Selic; e a valorização de preço das commodities no exterior.
O primeiro motivo está ligado à regra básica do mercado, a oferta e demanda. Quanto mais dólar houver disponível na economia brasileira, menor será o seu valor. No momento, o país registra uma alta de investimentos estrangeiros, o que faz com que o volume de dólares no Brasil aumente, ajudando na redução do preço. Só em 2022, o investimento estrangeiro na bolsa brasileira já ultrapassa os US$ 50 bilhões.
O interesse internacional no mercado acionário do Brasil está diretamente ligado à alta da taxa de juros. Com a Selic em dois dígitos, investidores estrangeiros buscam rendimentos maiores na renda fixa brasileira. Atualmente, o Brasil paga uma das maiores taxas de juros e oferece um retorno maior nos investimentos desta modalidade, tornando o país interessante entre os emergentes.
Enquanto isso, a guerra entre Rússia e Ucrânia tem feito o preço das commodities disparar. Se em 2020 o barril do petróleo era negociado em média a US$ 50, este ano, já chegou a ultrapassar os US$ 100. Além do petróleo, produtos como soja e minério de ferro também são impactados. O cenário favorece o Brasil enquanto exportador de algumas dessas commodities, fazendo com que o país receba mais dólares como pagamento.
Apesar do recuo do dólar neste início de ano, muitos analistas acreditam que a moeda deve voltar a subir a patamares acima dos R$ 5 até o final do ano, influenciado pela instabilidade do mercado comum em ano eleitoral. O último boletim Focus divulgado pelo Banco Central estima que o dólar seja negociado a R$ 5,30 até dezembro.
Para chegar a essas expectativas, os especialistas utilizam métodos como o valuation. Diante de tantos fatores que impactam a macroeconomia como pandemia, conflitos armados e decisões políticas, a demanda por profissionais capazes de analisar, identificar e originar oportunidades no mercado financeiro é crescente.
Sabendo da urgência de preparar profissionais para identificar tendências econômicas e avaliar empresas com base em dados, a EXAME Academy e a FIPECAFI, entidade sem fins lucrativos criada por professores do Departamento de Contabilidade e Atuária da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP, lançaram o MBA em Valuation e Análise Financeira.
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