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Dividendo da Petrobras: melhor reinvestir na empresa ou diversificar?

Junto com o balanço do terceiro trimestre de 2025, a petrolífera anunciou que vai pagar mais de R$ 12 bilhões em dividendos

Petrobras (PETR4): petroleira anunciou que irá distribuir dividendos (Stephen McCarthy/Sportsfile for Web Summit Rio via Getty Images)

Petrobras (PETR4): petroleira anunciou que irá distribuir dividendos (Stephen McCarthy/Sportsfile for Web Summit Rio via Getty Images)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 10 de novembro de 2025 às 06h00.

Boas notícias para quem tem ações da Petrobras (PETR3;PETR4). Junto com o lucro líquido de US$ 6,03 bilhões do terceiro trimestre de 2025, alta de 2,7% na comparação com o mesmo período do ano anterior, a petroleira divulgou que pagará R$ US$ 2,3 bilhões (R$ 12,16 bilhões) em dividendos.

Os pagamentos em dinheiro serão realizados em duas parcelas iguais, nos dias 20 de fevereiro e 20 de março de 2026. Já os detentores de ADRs receberão os pagamentos a partir de 27 de fevereiro de 2026 e 27 de março de 2026, respectivamente.

Quando o dividendo cai na conta do investidor, ele pode seguir por dois caminhos para fazer esse dinheiro continuar rendendo. Comprar mais ações da própria Petrobras ou investir em outra coisa. Qual será a melhor decisão?

“A decisão, claro, fica sempre a critério de cada investidor, a depender da sua estratégia e os custos de oportunidades”, aponta Tasso Vasconcellos, analista do UBS BB.

Para Frederico Nobre, gestor da Warren, quem opta por não reinvestir o valor do dividendo deixa, na mesa, um retorno de longo prazo. "De 4% a 5% ao ano, na média das ações brasileiras", afirma. "Em Petrobras, esse efeito é ainda maior”.

Para Daniel Teles, especialista e sócio da Valor Investimentos, quem investe em empresa que paga dividendos já tem o costume de reinvestir os valores nas ações da companhia. Entretanto, para aquele investidor que acha que bolsa já está na máxima e quer começar a reduzir o risco, aplicar o valor recebido em dividendos na renda fixa pode ser uma opção.

“Se a empresa mantém bons fundamentos, margens robustas e perspectivas positivas, reinvestir nela pode amplificar o efeito dos juros compostos e fortalecer seu patrimônio ao longo do tempo", diz Sidney Lima, analista da Ouro Preto investimentos.

"Por outro lado, se a ação já representa uma fatia grande da carteira ou o setor estiver concentrado demais, usar os dividendos para diversificar tende a ser mais inteligente”,

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Política de dividendos

A Petrobras pagará R$ 0,94 por ação (e US$ 0,35 por ADR), que passará a ser negociada ex-dividendos em 23 de dezembro de 2025. Ou seja, a data-limite para ter direito (data-com) ao provento é é 22 de dezembro de 2025. Para quem ADRs da companhia, a data-com é 26 de dezembro.

Isso representa um dividend yield (relação entre o valor do dividendo e o valor da ação) de 3% para as ações preferenciais e de 2,9% para as ordinárias.

“O resultado reforça a solidez financeira da Petrobras e sua capacidade de manter uma política de proventos consistente, mesmo com um cronograma de investimentos mais exigente”, afirma Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos.

A reação do mercado ao balanço e à distribuição de dividendos foi positiva. Na última sexta-feira, as ações PETR3 fecharam em alta de 4,83% e as ações PETR4 avançaram 3,77%.

"As ações subiram com força especialmente após o call de resultados, refletindo a percepção de que a performance operacional foi sólida, mesmo com o aumento do Capex”, aponta Nobre, da Warren.

De olho no novo plano

Ainda este mês, no dia 27, a Petrobras vai anunciar um novo plano estratégico, com atualização de metas de produção, investimentos — e políticas de dividendos.

“Veremos também se haverá a distribuição de extraordinários ou não. Mantemos recomendação neutra para os papéis até a atualização do plano, quando revisaremos nossos modelos”, comenta Arbetman, da Ativa.

Segundo ele, o dividend yield segue atrativo, refletindo a sólida geração de caixa, mas a decisão de reinvestir deve considerar o perfil de risco do investidor e o cenário de petróleo mais desafiador à frente.

“A expectativa é que o novo plano traga um balanço mais claro entre preços de Brent mais fracos, retorno ao acionista e avanço da agenda de investimentos.”

“Como analistas que cobrem Petrobras, temos hoje uma expectativa de 10% de dividend yield para 2025 com potencial de chegar em 12-13% em 2026, dependendo dos anúncios que serão feitos no próximo plano estratégico, ao final deste mês”, aponta Vasconcellos do UBS BB.

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