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Cringe? Millennials superam a geração Z quando o assunto é investimento

52% das pessoas da geração Z declaram não saber nada sobre investimentos, contra 43% dos millennials, segundo pesquisa

Além de conhecer menos sobre investimentos, a geração Z é a que menos guarda dinheiro | Foto: Vergani_Fotografia/Getty Images (Vergani_Fotografia/Getty Images)

Além de conhecer menos sobre investimentos, a geração Z é a que menos guarda dinheiro | Foto: Vergani_Fotografia/Getty Images (Vergani_Fotografia/Getty Images)

Marília Almeida

Marília Almeida

Publicado em 4 de julho de 2021 às 08h10.

Você sabe o que é cringe?

Uma grande discussão virtual entre jovens da geração Z (pessoas com até 24 anos de idade) e millennials (com 25 a 40 anos) popularizou esse termo nas últimas semanas. A expressão em inglês, que em tradução livre pode ser definida como um comportamento vergonhoso ou constrangedor, foi utilizada pela geração Z para classificar o que pensam dos hábitos dos millennials.

Mas, apesar de terem sido acusados de "pagar mico" em seus hábitos, se o assunto é investimento, os millennials levam a melhor: 43,1% admitem não conhecer nada sobre o assunto, contra 51,8% da geração Z.

Entre os integrantes da geração X (41 a 56 anos), 48% dizem não ter qualquer conhecimento sobre investimentos, enquanto esse percentual cai para 46% entre os boomers (57 a 75 anos), conforme a pesquisa Raio X do Investidor Brasileiro 2020, realizada pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) em parceria com o Datafolha.

O levantamento ouviu 3.400 pessoas da população economicamente ativa das classes A, B e C em todas as regiões do país. A seguir, outras características dos hábitos de poupança e investimento por gerações.

Geração Z poupa menos

Além de conhecer menos sobre investimentos, a geração Z é a que menos usa produtos financeiros: 58,3% não guardam dinheiro de nenhuma forma e 7,6% deles não aplicam recursos em qualquer produto financeiro, seja poupança, fundos de investimento ou ações.

Em seguida, aparecem os boomers (57,6% não investem), a geração X (54,6%) e os millennials (50,4%). "É natural que a geração Z apresente menor conhecimento sobre o tema porque reúne muitas pessoas que começaram a trabalhar recentemente e são poucas as que pensam em planejamento financeiro e investimentos nessa etapa da vida", diz Marcelo Billi, superintendente de Comunicação, Certificação e Educação de Investidores da Anbima.

Conhecimento divide gerações

Os entrevistados que se declaram investidores foram questionados sobre o conhecimento acerca de produtos financeiros específicos. Mais uma vez, o choque de gerações ficou evidente.

Os boomers são a geração com o maior percentual de pessoas com conhecimento espontâneo sobre poupança (35,2%), títulos privados (16,4%) e planos de previdência (5,4%).

Já os millennials se destacam pela maior parcela de conhecedores de títulos públicos do Tesouro Direto (19,6%) e fundos de investimento (14,6%). E quando o tema é criptomoedas (6,3%) e ações (26%), a geração Z apresenta o maior conhecimento.

Como cada geração investe

Quando a pergunta é sobre em quais produtos investem de fato, outras diferenças apareceram. Enquanto a geração X é a que mais deixa recursos na caderneta de poupança (32,5% dos entrevistados), os boomers, os millenials e a geração Z investem mais em outros produtos financeiros.

Os boomers lideram o investimento em títulos privados (7,1%), fundos de investimento (5%) e plano de previdência (3,6%). Entre os millenials, 5,1% investem na bolsa e 3,8% em títulos públicos via Tesouro Direto, mais do que qualquer outra faixa etária pesquisada. E 2,8% do público Z investe em moedas digitais, superando as demais gerações.

Do total de entrevistados, 18,5% fazem parte da geração Z, o que representa aproximadamente 19,1 milhões de brasileiros. Os millennials respondem por 35,2% dos participantes, ou 36,5 milhões de pessoas -- o maior público do levantamento. A geração X, por sua vez, representa 24,8% dos ouvidos (o equivalente a 25,7 milhões da população brasileira), enquanto os boomers somam 20,6% da amostra -- ou 21,4 milhões de brasileiros.

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