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Copom reduz Selic para 11,25%, como impacta nos investimentos?

Veja quais classes de ativos se beneficiam da queda dos juros e se é o momento de tirar a posição em renda fixa

Selic: Copom reduz taxa de juros para 11,25% (da-kuk/iStockphoto)

Selic: Copom reduz taxa de juros para 11,25% (da-kuk/iStockphoto)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 1 de fevereiro de 2024 às 11h20.

Última atualização em 1 de fevereiro de 2024 às 15h26.

A última quarta-feira, 31, foi um dia importante para a política monetária do Brasil: o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) teve sua primeira reunião de 2023 e decidiu reduzir pela quinta vez a Selic em 0,50 pontos percentuais (p.p.). Agora, a taxa básica de juros brasileira é de 11,25%, a menor em dois anos.

A decisão sobre os juros de um país sempre é uma notícia relevante, entretanto o mercado costuma antecipar tudo e os especialistas explicam à reportagem que o corte no Brasil já estava precificado. “Boa parte do que aconteceu na reunião do Copom já estava no preço e o comunicado deve manter o ritmo de flexibilização que ele vem tomando desde agosto”, afirma Matheus Spiess, analista da Empiricus Research.

Mas, para o investidor, sempre se abre nesse momento uma janela de oportunidade para rebalancear a carteira. Ainda se tratando de taxa de juros, Spiess explica que um olhar mais atento que o investidor deve ter é, na verdade, nos juros americanos. Também no dia de ontem, o Federal Open Market Committee (Fomc, equivalente ao Copom) manteve a taxa dos Estados Unidos na faixa entre 5,25% e 5,50% - e ainda não é consenso no mercado quando os cortes começarão.

Onde investir com a queda da Selic?

O processo de queda da Selic é historicamente bom para ativos de risco. “Quando os juros caem, você tem uma menor taxa de desconto dos fluxos de caixa dos ativos e, consequentemente, eles valem mais a valor presente. Portanto, as ações são tradicionais vencedoras desse movimento de queda”, comenta Spiess.

Segundo o analista, as ações que se destacam nesse momento são as de empresas mais sensíveis à Selic, como aquelas mais endividadas, e sensíveis também à liquidez, a exemplo das small caps. Isso porque empresas menores demandam mais investimento para crescer e esse crédito está associado ao nível de juros.

Outra classe de ativos dentro da renda variável que tende a sair na vantagem com o ciclo de queda de juros são os fundos imobiliários (FIIs), mais especificamente os FIIs de tijolos. Isso porque juros menores aquecem o consumo que beneficiam, por exemplo, shoppings e hotéis e, consequentemente, os fundos que têm esses ativos em seus portfólios.

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Renda fixa ainda vale a pena?

Apesar da renda variável, como ações listadas em bolsa de valores e fundos imobiliários, se destacarem, um corte na Selic não necessariamente significaque a renda fixa deixe de ser atrativa - até porque, ainda estamos falando de uma taxa de juros em dois dígitos.

Rodrigo Azevedo, economista, planejador financeiro e sócio-fundador da GT Capital, pontua que independente do nível da taxa de juros, as posições de renda fixa têm um papel muito importante na composição de carteira do investidor, seja qual for o perfil de risco do investidor.

“Acredito que o momento atual do ciclo de cortes dos juros ainda apresenta possibilidades interessantes de alocação na renda fixa, principalmente em ativos prefixados e de inflação”, diz. Ele ainda completa: “Prefixado de crédito privado até três anos e produtos atrelados à inflação com 9 anos de prazo acredito que são os ideais no momento para fugir de riscos e garantir ótimas rentabilidades.”

Para ele, apesar de ainda existir oportunidades nos títulos bancários e nos títulos públicos, os maiores prêmios estão nos títulos de crédito privado. Entretanto, é muito importante alertar ao investidor sobre os cuidados a serem tomados, como analisar o emissor, o prazo de vencimento, ver se o risco retorno está alinhado e respeitar um limite de alocação por emissor, mesmo que seja high grade (alto grau de segurança).

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