Buffett defendeu o investimento em fundos de índice e alertou que apostar em uma indústria promissora não é o suficiente para fazer um bom investimento (Daniel Acker/Bloomberg)
Marília Almeida
Publicado em 2 de maio de 2021 às 17h24.
Última atualização em 3 de maio de 2021 às 12h54.
A convenção anual da Berkshire Hathaway para seus acionistas, realizada neste sábado, 2, é esperada por investidores de todo o mundo, já que releva um pouco do pensamento de um dos maiores investidores do mundo: Warren Buffett.
Além de reportar que sua gestora de investimentos voltou a registrar lucro, Buffett fez duras críticas à bitcoin, ao app Robinhood (que, segundo ele, contribui para a especulação); relativizou a onda ESG (disse que não vai tirar petrolíferas da carteira) e, por fim, declarou que a febre das SPACs não deve durar para sempre. Todas as declarações foram dadas ao lado do seu braço-direito, o também lendário investidor e vice-presidente da Berkshire Charlie Munger (com quem, sublinhou, não discute há 60 anos).
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O megainvestidor também pincelou alguns cenários para a economia americana e deu declarações com o objetivo de auxiliar o investidor sobre como e onde aplicar o seu dinheiro. Veja abaixo declarações que podem ajudar a montar a sua carteira de investimentos, compiladas por uma reportagem da CNBC:
Durante a convenção Buffett alertou a investidores iniciantes que escolher grandes empresas para aplicar dinheiro é mais complicado do que apenas optar por uma empresa inovadora. “Existe mais fatores que devem ser incluídos no processo de escolha de ações do que descobrir qual será a indústria maravilhosa do futuro".
Ele exemplificou com o caso da autoindústria. Em seu início, em1900, haviam 2 mil empresas que disputavam o mercado, porque "empresas e investidores esperavam que a empresa tivesse um futuro maravilhoso". Em 2009, apenas três montadoras restaram, e duas delas foram à falência, disse Buffett.
Buffett começou sua apresentação com uma lista das 20 empresas que hoje são as maiores do mundo. E perguntou aos acionistas da Berkshire quantas delas ainda estarão ali daqui 30 anos. O ranking inclui nomes como Apple, Saudi Aramco, Microsoft, Amazon, Alphabet e Facebook.
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O “Oráculo de Omaha” lembrou os investidores que nenhuma das 20 companhias que estavam no top 20 em 1989 continuam na lista. Há 30 anos, metade das maiores empresas globais eram japonesas, incluindo bancos e indústrias. As únicas empresas americanas que faziam parte da lista eram Exxon, GE, Merck, IBM, American Tel & Tel e Philip Morris.
“Isso mostra a vocês que o capitalismo deu muito certo, especialmente para os capitalistas. O mundo pode mudar de forma muito dramática. Então, a melhor forma de investir é via fundos de índice".