Investimentos: atualmente acima dos dois dígitos, taxa Selic não vai permanecer tão alta para sempre (Getty Images/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 4 de agosto de 2022 às 16h19.
No início de agosto, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), realizou a quinta reunião de 2022 com o objetivo de definir a meta para a taxa básica de juros, a Selic. Decidiu aumentá-la novamente, em meio ponto percentual, para 13,75% ao ano.
Apenas um ano antes, no início de agosto de 2021, a Selic estava em 5,25%. Em agosto de 2020, era 2%. Na curva histórica, a taxa agora se aproxima das máximas alcançadas em 2016, quando estava em 14,25%, e assim permaneceu por dez reuniões consecutivas. E isso muda tudo para os investidores.
Não se trata apenas do número específico definido pelo Copom, mas da visão de mercado que o comitê expressa quando explica sua decisão. Em geral, a taxa sobe para ajudar a controlar a inflação. Quanto maior o risco de descontrole no aumento de preços, maior a Selic. Na medida em que ela cumpre sua missão, a taxa tende a baixar.
Aliás, na reunião que decidiu pelo novo aumento, pela décima segunda vez consecutiva, o BC sinalizou para uma nova reunião, em setembro, com mais um aumento, desta vez “residual”. Sinal de que o movimento de altas constantes pode ser paralisado num próximo momento, a depender da evolução da economia.
Quanto mais alto o valor, maior a rentabilidade do Tesouro Selic – e o restante dos produtos de renda fixa tende a acompanhar essa tendência. Esta é uma janela de oportunidades importante: como o passado deixa claro, a Selic não vai permanecer tão alta para sempre.
As oscilações, aliás, são comuns e fazem parte da gestão da economia. A taxa Selic chegou a 19,75% em 2005, a 26,50% em 2003 e a 45% em 1999 – mas, em 1997, estava em 1,58%. É um mecanismo de gestão, visando o cenário macro, mas com grande impacto para a rotina dos investidores, de qualquer porte e perfil.
COMO APROVEITAR A RENDA FIXA ANTES QUE O MOMENTO MUDE?
Mas quais os produtos de renda fixa são mais vantajosos? Como encontrar os títulos certos e fugir das armadilhas dos títulos ruins? Afinal, a janela está aberta, as oportunidades estão disponíveis. É possível travar um alto rendimento para os próximos anos, aproveitando o momento favorável para este perfil de investimentos.
Para isso, o investidor deve prestar atenção às particularidades de cada uma das várias opções disponíveis no mercado. Os prazos de vencimento mudam, assim como a incidência de impostos. Existem os títulos públicos, emitidos pelo governo federal, como o Tesouro Selic e o Tesouro IPCA, e mesmo eles se dividem em categorias de acordo com o prazo.
As diferenças – e as oportunidades – se ampliam quando o investidor busca as opções de títulos privados, como CDBs, letras de crédito e debêntures, emitidos por empresas ou instituições financeiras. As siglas se multiplicam. Para quem está bem informado, elas representam maiores possibilidades.
Afinal de contas, em qual (ou quais) produto (ou produtos) de renda fixa investir? Qual a resposta? Depende. O perfil do investidor, seus objetivos de acordo com os prazos, fazem toda a diferença. Mesmo na renda fixa, o risco é proporcional aos resultados.
Saber a direção para a qual os demais investidores estão olhando ajuda. A Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) fez este levantamento, em relação ao primeiro semestre do ano. Conclui que, entre as pessoas físicas, o volume investido cresceu 2,8% e a participação em renda fixa disparou de 57,5%, em dezembro de 2021, para 61,3%, em junho de 2022.
Os Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) saltaram 13,6% e alcançaram R$ 647,7 bilhões, enquanto o mercado de ações recuou 10,7% e ficou em R$ 576,9 bilhões. Quando a taxa Selic ainda estava em um dígito, as ações superavam os CBS.
O movimento na direção da renda fixa também seguiu na direção das LCIs e das LCAs, que experimentaram um crescimento, respectivamente, de 25,4% e 38,5% - alcançaram R$ 162,4 bilhões e R$ 249,6 bilhões.
SAIBA COMO ENCONTRAR OS TÍTULOS CERTOS DE RENDA FIXA PARA LUCRAR COM A ALTA DE JUROS
O momento é estratégico e pode passar – o que é ótimo para os investidores que observam todas as movimentações da economia e do mercado para ajustar estratégias em busca da melhor rentabilidade.
Considerando este cenário, no dia 11 de agosto, às 19h30, EXAME disponibiliza uma aula 100% online e 100% gratuita com Frederico Khouri. Formado em administração de empresas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), ele tem seis anos no mercado financeiro e vem se especializando em renda fixa.
Hoje atua como Associate Director na área de Credit research do BTG Pactual, onde é responsável pelas análises de ofertas primárias e mercado secundário de ativos de crédito privado corporativo, além de análises para crédito privado bancário.
O objetivo da aula é ajudar os investidores a aproveitar o momento para fazer dinheiro com renda fixa – antes que a janela se feche e o cenário mude novamente, trazendo novos desafios e novas oportunidades.