Moedas em balança (asafta/Thinkstock/Thinkstock)
Bianca Alvarenga
Publicado em 2 de agosto de 2022 às 18h02.
Última atualização em 3 de agosto de 2022 às 11h22.
Mais renda fixa, bolso mais raso. Esse é o principal diagnóstico dos dados divulgados nesta terça-feira, 2, pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). O balanço dos investimentos no primeiro trimestre de 2022 mostrou que, além de mais cautelosos, os brasileiros têm encontrado dificuldades para ampliar o volume de recursos aplicados.
De acordo com a Anbima, os investimentos brasileiros alcançaram a cifra de 4,6 trilhões no final de junho, um valor 2,8% maior que no semestre anterior. O avanço foi menor que a inflação e que o CDI registrados no mesmo período (de 5,6% e 5,3%, respectivamente).
Além de o volume de aportes ter perdido força, a desvalorização dos ativos da bolsa também feriu o patrimônio dos investidores, principalmente os de alta renda. O segmento private sofreu redução de 1,7% no patrimônio líquido no período.
“Os clientes do varejo têm a maior parte dos investimentos alocada em produtos de renda fixa, que se beneficiaram pelas elevações da taxa Selic. Já os investidores do private têm carteiras pulverizadas e com produtos expostos a mais volatilidade, o que explica a variação negativa do segmento no período”, afirmou Ademir Correa, presidente do Fórum de Distribuição da Anbima.
A fatia da renda fixa no bolo dos investimentos brasileiros aumentou. As aplicações da categoria representavam 57% da carteira no final de 2021, e chegou a 61% no final do primeiro semestre deste ano. Já a porção de renda variável caiu de 19% para 16%.
“Os clientes fazem esse movimento em direção à renda fixa procurando um porto mais seguro diante de momentos de turbulência no mercado, como o atual cenário macroeconômico de pós-pandemia, queda das bolsas e guerra na Ucrânia”, explicou Correa.
Olhando os produtos de cada categoria, os CDBs foram destaque, com crescimento de 13% no primeiro semestre. O volume total aplicado nos títulos bancários superou as aplicações em ações, categoria que caiu 10% no semestre — de novo, uma combinação de queda da bolsa e de resgates pelos investidores.