A Vale (VALE3) foi substituída por outra companhia na carteira recomendada de março do BTG Pactual (Tomaz Silva/Agência Brasil)
Repórter de Invest
Publicado em 2 de março de 2024 às 06h00.
A perspectiva de uma flexibilização monetária, tanto com o início do corte dos juros nos Estados Unidos, quanto com a continuidade da queda da Selic por aqui, tem deixado os analistas do BTG Pactual (mesmo grupo controlador da EXAME) mais otimista com o Ibovespa e com os ativos domésticos e mais cíclicos. Tanto é que a metade dos ativos que compõem a carteira recomendada para março foram trocados — com destaque para a saída da Vale (VALE3).
Segundo os analistas do banco, mesmo que o ritmo do corte de juro americano seja mais lento e menor que o contratado pelo mercado, isso não será suficiente para que o Banco Central brasileiro reduza as taxas para o nível de 9% a 9,5% no final de 2024. Embora esse cenário possa afastar o fluxo monetário de estrangeiros, com a Selic retornando a um dígito, os investidores locais poderão transferir mais dinheiro para ações.
“Decidimos aumentar a exposição a setores mais domésticos e cíclicos e aumentar o beta da carteira este mês, dando continuidade a uma tendência que iniciamos há alguns meses”, dizem em relatório. Com isso, na carteira recomendada para este mês de março, o banco fez alguns ajustes e mudou a metade da composição do portfólio.
No varejo, o BTG decidiu trocar a Vivara (VIVA3) pela Lojas Renner (LREN3). Entre os pontos que os analistas reforçam que a segunda deve melhorar seus resultados gradativamente ao longo do ano, “à medida que as taxas de juros caem e as condições de crédito melhorem.”
Outra mudança significativa foi a saída da Vale (VALE3) da carteira recomendada para março. E as razões para esse movimento são duas: a queda da commodity e os ruídos políticos. A companhia a ocupar a sua posição é a Embraer (EMBR3). “Vemos várias opções de valor em suas divisões de Defesa, Comercial e Aviação Executiva”, dizem os analistas.
No setor de serviços financeiros, o BTG retirou da sua carteira o estreante de fevereiro, o Nubank (ROXO34), junto do Banco do Brasil (BBAS3). “O primeiro após um excelente desempenho no mês passado (as ações subiram 29% somente em fevereiro e subiram 33% no acumulado do ano), e o último, depois de superar consistentemente o Ibovespa (BB subiu 7,4% no acumulado do ano vs. -2% para o índice).”
No lugar dos ativos acima, entra Itaú (ITUB4), visto às perspectivas (promissoras) de lucro para 2024 (+11% a/a). E, ainda, a B3 (B3SA3) foi incluída na carteira recomendada de março. “Os volumes estão fracos, mas se estivermos certos e os fluxos começarem a aumentar este ano, a empresa deverá ser um beneficiário direto”, dizem os analistas.
Por fim, o banco ainda trocou a Cosan (CSAN3) pela sua subsidiária Raízen (RAIZ4). Com isso, o portfólio recomendado recupera sua exposição à distribuição de combustíveis. “Além disso, esperamos que a Raizen se beneficie do aumento gradual dos preços do etanol.”
Confira abaixo como ficou o portfólio:
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