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BTG (BPAC11) retira Meli de carteira recomendada, reduz exposição em varejo e aposta em Rede D'Or

Banco vê bolsa barata, mas há necessidade de queda de juros para as ações reagirem

Inaugurações de CDs pressionaram a linha de custos e reduziram margens no negócio de varejo (Leandro Fonseca/Exame)

Inaugurações de CDs pressionaram a linha de custos e reduziram margens no negócio de varejo (Leandro Fonseca/Exame)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 2 de julho de 2025 às 15h58.

Última atualização em 2 de julho de 2025 às 16h30.

O mês virou e o BTG Pactual (BPAC11) (do mesmo grupo controlador da EXAME) fez poucas alterações em sua carteira de dez ações recomendadas. Os estrategistas selecionaram uma combinação de empresas com fluxo de caixa concentrado no curto prazo e menos expostas a commodities. O portfólio de setor financeiro, serviços básicos e infraestrutura/imobiliário não teve alteração. Já a porção da carteira exposta ao setor de varejo passou por uma redução de 10%. O BTG tem outros 10% da alocação em Cosan (CSAN3), o que o banco chama de "tese de reestruturação mais arriscada."

"Desde a recente rodada de mudanças na administração, a empresa tem demonstrado um senso de urgência cada vez mais forte em relação ao que precisa ser feito para resolver e restaurar o equilíbrio de sua estrutura de capital, em meio a um ambiente de taxas de juro mais elevadas", diz a equipe de analistas do banco.

Houve somente uma substituição na carteira top 10: saiu MELI (MELI34) e entrou Rede D'Or (RDOR3).

Atualmente, a alocação setorial da carteira de 10 ações do BTG está dividida da seguinte forma:

  • 20% em ações de serviços financeiros
  • 20% em serviços básicos
  • 20% em infraestrutura e imobiliário
  • 10% em varejo e consumo
  • 10% em commodities/petróleo e gás
  • 10% em Cosan

Por que Rede D'Or entrou na carteira

O BTG avalia que a recente queda nos papéis da administradora de hospitais e dona da SulAmérica Saúde passaram por uma queda exagerada. Para os estrategistas, a tese de crescimento de longo prazo da companhia permanece intacta.

"Vemos a RDOR bem-posicionada para apresentar um crescimento sustentável de 15% ao ano nos próximos anos, com base em uma combinação de crescimento orgânico e inorgânico, enquanto é negociada a 14x o P/L para 2026", escreveu a equipe.

"A ação apresentou queda após a reação negativa do mercado ao anúncio de um plano de expansão de longo prazo menor (2025-2028) no início do mês passado. No entanto, não consideramos que isso seja um evento relevante, pois a administração reiterou que as revisões positivas agora são mais prováveis do que novos cortes."

Remoção de Meli e impacto na exposição ao varejo

A retirada de Mercado Livre da carteira reduziu a 10% a exposição da carteira top 10 ao varejo. "Reduzimos nossa exposição ao setor de varejo removendo o Mercado Livre antes do que acreditamos que possa ser um resultado desafiador no segundo trimestre. Continuamos a gostar das perspectivas de crescimento de longo prazo da empresa e de seu forte posicionamento competitivo na América Latina, mas decidimos aguardar um melhor momento", explicam os estrategistas.

Toda a alocação do setor, agora, está em Smart Fit (SMFT3). "Ela continua sendo uma de nossas principais teses de carrego no varejo da América Latina, com mais de 50% da receita gerada fora do Brasil", dizem em análise.

Performance acima do Ibovespa

Desde 31 de dezembro de 2024 até o fechamento do último dia 30 de junho, a carteira 10SIM do BTG subiu 21,9%, ante 15,4% do Ibovespa e 13,8% do IBX-50. A taxa do CDI subiu +6,4% nesse período.

O BTG avalia que as ações brasileiras estão baratas, mas as taxas de juro de longo prazo devem cair para desencadear uma valorização. Para o banco, uma recuperação sustentada, as taxas reais de longo prazo precisam cair muito mais ou os lucros devem ser revisados para cima. "Vemos espaço limitado para revisões positivas mais fortes no curto prazo."

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