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Brasileiros querem poupar e cuidar mais das finanças no pós-pandemia

Estudo global da consultoria Schroders mostra que 58% têm a intenção de colocar mais dinheiro em suas economias

Estudo entrevistou mais de 23 mil pessoas, de 32 locais, que investirão pelo menos 10 mil euros nos próximos 12 meses (kwanchaichaiudom/Thinkstock)

Estudo entrevistou mais de 23 mil pessoas, de 32 locais, que investirão pelo menos 10 mil euros nos próximos 12 meses (kwanchaichaiudom/Thinkstock)

Marília Almeida

Marília Almeida

Publicado em 16 de agosto de 2021 às 16h59.

Última atualização em 17 de agosto de 2021 às 15h52.

Um foco maior em poupar para o longo prazo e aumentar o bem-estar financeiro deve estar entre os legados duradouros da pandemia. É o que conclui um estudo global da consultoria Schroders, dvulgado nesta segunda-feira, 16.

O levantamento apontou que quase metade dos investidores ouvidos em todo o mundo (46%) passará a economizar mais, mesmo depois que as restrições da pandemia acabarem. Esse sentimento é mais forte entre os investidores com idades entre 18 e 37 anos.

No Brasil, também há mais cautela: apenas 29% declaram ter intenção de aumentar seus gastos após o fim das restrições, e 58% revelam a intenção de colocar mais dinheiro em suas economias. Sobre como irão investir, 47% disseram querer investir mais em ativos de baixo risco. Por outro lado, 42% demonstram a intenção de investir mais em ativos de alto risco.

O estudo entrevistou mais de 23 mil pessoas, de 32 locais em todo o mundo, que investirão pelo menos 10 mil euros nos próximos 12 meses e que fizeram mudanças em seus investimentos nos últimos dez anos.

“O interesse do investidor brasileiro pelo tema educação financeira já vinha melhorando desde antes da pandemia, principalmente em função da queda da taxa de juros e da maior oferta de produtos financeiros disponíveis no mercado. Esse evento adverso apenas reforçou essa tendência”, comenta Daniel Celano, CFA, diretor-presidente da Schroders Brasil.

Maior preocupação com a aposentadoria

A cautela se estende para as perspectivas de aposentadoria: 58% dos aposentados estão agora mais conservadores sobre como e quanto gastar suas economias. Entre aqueles que ainda não se aposentaram, 67% agora querem economizar mais para esse momento.

No Brasil, a precaução adicional é ainda maior: 80% das pessoas que ainda não se aposentaram gostariam de economizar mais para a aposentadoria em decorrência da pandemia.

Foco no bem-estar financeiro

Quase 74% dos investidores em todo o mundo disseram passar mais tempo pensando sobre seu bem-estar financeiro desde o começo da pandemia, com os investidores especialistas ou avançados se declarando os mais envolvidos nessa preocupação. No Brasil, a mudança foi ainda mais evidente, com 86% dos investidores compartilhando desse novo hábito de dedicar mais tempo a pensar sobre seu bem-estar financeiro e a reorganizar suas finanças pessoais.

Os investidores em todo o mundo agora estão mais propensos a verificar seus investimentos pelo menos uma vez por mês (82%), em comparação com 77% em 2019. No Brasil, a porcentagem de investidores que checa seus investimentos pelo menos uma vez por semana subiu de 52% em 2019 para 68% em 2021.

Poupança involuntária atingiu um terço dos investidores

Ao longo de 2020, quase um terço dos investidores em todo o mundo economizou mais do que o planejado. Sem surpresa, isso foi impulsionado pela diminuição dos gastos com itens não essenciais, como comer fora, viagens e lazer.

Dos investidores que não conseguiram economizar tanto quanto planejado, 45% citaram a redução de salários ou rendimentos do trabalho como o principal motivo, o que reflete os grandes desafios causados pela pandemia.

No Brasil, apesar dos desafios, o ano foi positivo para as economias para o longo prazo. Dos investidores ouvidos, 48% pouparam tanto quanto planejavam, 27% pouparam mais do que planejavam e uma fração menor, de 25%, poupou menos que o planejado.

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