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Bolsa brasileira na “lanterna” em 2024; entenda os motivos e saiba lidar com isso

País teve pior desempenho do G20 nos primeiros cinco meses de 2024, com uma desvalorização de 15,3%, em contraste com a valorização de 11,3% do S&P 500

O cenário atual é mais um forte indício dos benefícios da diversificação como estratégia de proteção para uma carteira. (Hispanolistic/Getty Images)

O cenário atual é mais um forte indício dos benefícios da diversificação como estratégia de proteção para uma carteira. (Hispanolistic/Getty Images)

Paula Zogbi
Paula Zogbi

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Publicado em 11 de junho de 2024 às 12h00.

Nos 5 primeiros meses de 2024, a bolsa brasileira se consolidou como o pior mercado em desempenho entre os participantes do G20 (grupo que inclui 19 países e a União Europeia). O desempenho em dólares da nossa bolsa até o final de maio foi de desvalorização de 15,3% em dólares, contra, por exemplo, 11,3% de valorização do S&P 500.

Uma conjunção de fatores, globais e domésticos, explicam esse desempenho. Primeiramente, a demora no início do corte de juros nos Estados Unidos, aliada à contínua queda da taxa Selic no Brasil, tem minado a atratividade da nossa bolsa para investidores estrangeiros, dada a redução do diferencial de juros. Não é surpresa, então, que o fluxo estrangeiro na B3 tenha registrado um saldo negativo de R$ 33 bilhões até o momento neste ano.

Além disso, a perspectiva de um fim iminente do ciclo de cortes da Selic com taxas ainda relativamente elevadas reduz a atratividade dos ativos de risco (inclusive a bolsa) em relação à renda fixa para os investidores domésticos.

Recentemente, especialmente em maio, a desancoragem fiscal ganhou relevância, com mudanças na meta de superávit fiscal alimentando a desconfiança em relação à melhora das contas públicas brasileiras.

Olhando para o micro, questões específicas têm pesado. Ruídos envolvendo a possibilidade de novas interferências na Petrobras após a troca de comando da estatal e a queda acentuada de quase 20% nas ações da Vale ao longo do ano, em meio a uma conjuntura desafiadora na China, impactaram fortemente o Ibovespa no período, já que esses são os dois papéis mais relevantes do nosso principal índice de ações.

Há motivos para acreditar no endereçamento de parte dos desafios daqui para frente. No macro, o governo tem buscado maior diálogo com o Congresso e há mais sinais de que o corte de juros nos EUA se aproxima. A China vem se recuperando em meio a anúncios de fortes estímulos ao mercado imobiliário.

De qualquer maneira, o cenário atual é mais um forte indício dos benefícios da diversificação como estratégia de proteção para uma carteira. A alocação em diferentes setores, tipos de ativos e geografias pode mitigar impactos negativos (como os sofridos pela nossa bolsa até agora em 2024) e oferecer oportunidades de crescimento em meio à volatilidade.

Aqueles que iniciaram o ano com parte de suas carteiras dolarizadas provavelmente tiveram resultados mais resilientes até aqui. É por isso que a melhor forma de pensar diversificação em moeda forte pode ser através de uma estratégia estrutural, integrada à carteira em todos os momentos, e não uma medida pontual.

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