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As 'Sete Magníficas' perderam o reinado. Outras seis ações para comprar nos EUA

Com as Big Tech perdendo força, analistas apontam potencial de outras gigantes com menos hype – e mais potencial de retorno – como a farmacêutica Eli Lilly e Salesforce

Eli Lilly: Forte crescimento apoiado pelas vendas de Zepbound e Mounjaro (Jakub Porzycki/NurPhoto/Getty Images)

Eli Lilly: Forte crescimento apoiado pelas vendas de Zepbound e Mounjaro (Jakub Porzycki/NurPhoto/Getty Images)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 22 de março de 2025 às 07h12.

Após um período de destaque estrondoso no mercado acionário, as chamadas “Sete Magníficas” — Alphabet, Amazon, Apple, Meta, Microsoft, Nvidia e Tesla — estão perdendo fôlego.

As gigantes da tecnologia, que responderam por boa parte do bom desempenho dos índices acionários americanos nos últimos anos, vêm despencando desde o começo do ano. O Roundhill Magnificent Seven, ETF que reúne esses papéis, caiu 8,9% só no mês de março.

O principal fator de preocupação dos investidores são as incertezas trazidas por Donald Trump, especialmente por conta das tarifas, que podem elevar o custo de importações e, consequentemente, frear o consumo e desacelerar a economia dos Estados Unidos.

As Mag7 não tendem a ter uma perda de demanda relevante, mas o desempenho das suas ações mostra que o mercado está mais avesso ao risco e menos disposto a pagar por empresas mais caras na bolsa, quando considerado a relação entre o preço de tela e os lucros.

Diante desse cenário, analistas estão voltando seus olhos para outras empresas de grande capitalização que podem oferecer melhores oportunidades de retorno.

A revista americana Barron’s, referência em investimentos, trouxe um levantamento com seis ações de gigantes americanas que tem amplo potencial de lucro mesmo no cenário mais adverso.

A lógica por trás da recomendação é simples. A pesquisa, feita pela Trivariate Research, mostra que as companhias que estão no terço superior nas previsões de vendas dos analistas de mercado superaram as demais desde 2014. Aquelas com menor nível de posições vendidas (apostando na queda) também tiveram desempenho acima da média. 

Cruzando esses dois vieses – boas perspectiva de crescimento e bom momentum junto com aos investidores –, chega-se à lista:

  • Visa
  • Mastercard
  • Oracle
  • Netflix
  • Salesforce
  • Eli Lilly

Além de maior potencial de alta, o risco de queda também é menor. Dados da última década mostram que essas ações também estão mais bem posicionadas do que as de outras “large caps”, caindo menos quando o mercado tem fortes recuos.

O potencial da Eli Lilly

A Eli Lilly, gigante do setor de saúde, avaliada em mais de US$ 800 bilhões, tem se destacado pelo crescimento agressivo de suas receitas, especialmente com os medicamentos para obesidade.

A expectativa do mercado é que suas vendas cresçam 16% ao ano a partir de 2026, alcançando quase US$ 93 bilhões até 2028, de acordo com dados compilados pela FactSet.

Boa parte desse crescimento deve vir dos remédios Zepbound e Mounjaro, que lideram o mercado de tratamento da obesidade e têm previsão de somar US$ 60 bilhões em vendas até o fim da década. Estima-se que o mercado global de medicamentos para obesidade ultrapasse US$ 100 bilhões por ano, o que reforça o otimismo em torno da empresa.

Além disso, os lucros da Eli Lilly devem crescer 23% ao ano nos próximos três anos. Com os principais investimentos em pesquisa, desenvolvimento e infraestrutura já realizados, a expectativa é que as margens de lucro se expandam — mesmo com a concorrência crescente de empresas como Amgen e Gilead Sciences.

Apesar da recente queda no preço das ações acompanhando a tendência do mercado, os analistas destacam que o múltiplo de preço/lucro da Eli Lilly está mais atrativo, o que pode representar uma boa oportunidade de compra.

Salesforce também entra no radar

Outra candidata a brilhar no novo cenário é a Salesforce. Avaliada em US$ 268 bilhões, a empresa de software em nuvem tem expectativa de crescer 10% ao ano em receitas até 2028, atingindo US$ 54 bilhões.

A estratégia da companhia envolve a integração de inteligência artificial em suas soluções de vendas e marketing, o que promete melhorar a eficiência dos clientes e aumentar a disposição para pagar por seus serviços. Apesar da possibilidade de desaceleração econômica, os analistas acreditam que investimentos em IA não devem ser reduzidos significativamente.

Com um valuation inferior ao pico registrado neste ano — atualmente em cerca de 25 vezes o lucro projetado para os próximos 12 meses —, a Salesforce se apresenta como uma alternativa sólida de crescimento e rentabilidade.

Com a maré virando contra as Sete Magníficas, pode ser a hora de ampliar o leque e considerar outras estrelas em ascensão.

Acompanhe tudo sobre:AçõesEstados Unidos (EUA)

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