(Getty/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 14 de outubro de 2022 às 18h00.
Última atualização em 14 de outubro de 2022 às 18h11.
Mercado de balcão (em inglês, Over-the-Counter ou simplesmente OTC) é um mercado no qual todas as negociações realizam-se fora do sistema da bolsa de valores. Ele é um segmento do mercado de capitais diferente da bolsa, muito conhecida pelos investidores.
Sendo assim, quando se pergunta o que é mercado de balcão, a resposta é simples: ele é um mercado que possui toda uma estrutura própria para negociar seus títulos e valores mobiliários.
Esse ambiente pode, de fato, ser bastante ao investidor que está acostumado apenas às negociações de ativos através do ambiente da bolsa de valores. Por isso, é fundamental entender mais sobre esse conceito e como ele funciona.
Vale notar que esse mercado também é regulado e fiscalizado através da CVM, a Comissão de Valores Mobiliários.
Ou seja, há uma garantia de que esse mercado funcionará respeitando as diretrizes de transparência, ética e outros pontos fundamentais (código de conduta, aplicação de penalidades, entre outros pontos).
O mercado de balcão é o local em que ocorrem negociações de diversos ativos, como títulos e valores mobiliários, que não possuem autorização para se negociarem através da bolsa de valores.
Para saber como funciona o mercado de balcão, é preciso notar que, nesse mercado, ocorre a negociação entre duas partes de modo que outros entes não precisem saber qual o preço foi pago para uma transação se efetivar.
Ou seja: ao comprar um título de dívida privada, um fundo de investimento não precisa informar quanto pagou nesse ativo.
Sendo assim, as transações que ocorrem nesse mercado são consideradas menos transparentes do que na bolsa, em que é possível saber a respeito das ordens de compra e venda.
É por isso, então, que esse mercado possui investidores mais experientes em seus quadros, de forma que estes tenham noção dos riscos que incorrem nessas operações.
Entre as vantagens do mercado de balcão, reside o fato de que o OTC é muito importante para empresas que não possuem capital aberto (ou seja, não possuam negociação na bolsa de valores).
Isso porque ela pode conseguir se financiar através desse mercado por meio da venda de participações acionárias ou de títulos de dívida, que investidores mais experientes comprarão esperando lucro.
Sendo assim, as empresas conseguem formas mais facilitadas para conseguir investidores.
Por outro lado, os investidores que participam desse mercado também esperam ativos com maior rentabilidade, uma vez que, como espera-se um retorno maior proveniente do risco, é possível achar boas oportunidades de ativos a preços atraentes.
Dessa forma, os dois lados da negociação se beneficiam da operação: os investidores acham oportunidades com potencial de lucro mais elevado do que comprar ações do índice Ibovespa e, ao mesmo tempo, as empresas conseguem capital para crescer suas operações.
Primeiramente, o mercado de balcão necessita de menos regras para a negociação de ativos, o que atrai empresas menores sem capital aberto.
A diferença entre mercado de balcão e bolsa de valores reside no fato de que a bolsa de valores possui regras muito mais rígidas para que as empresas operem junto a esse sistema.
Por exemplo: a empresa precisa adotar determinadas práticas de governança corporativa; ela deve apresentar suas demonstrações financeiras com auditoria externa; e elas precisam possuir uma área de relações com investidores.
Ou seja: apenas empresas que podem arcar com estes custos podem fazer parte da bolsa de valores. Por isso, companhias menores procuram o mercado de balcão.
Os dados das operações na bolsa de valores também são atualizados rapidamente: informações como preços, horários de transações financeiras e quantidade de ações compradas ou vendidas, entre outras.
Existem três tipos de mercado de balcão, cada um deles com suas particularidades. Portanto, vale a pena citar suas principais características:
Em primeiro lugar, vale citar o mercado de balcão SOMA, que foi o primeiro OTC a existir no Brasil no ano de 1996. Em 2002, foi adquirido pela BMF&Bovespa (atual B3, a bolsa brasileira).
Esse sistema oferecia todo o suporte a registro eletrônico, depósito, negociação de ativos e diversos outros pontos.
Em segundo lugar, o mercado de balcão organizado possui uma estrutura mais organizada para que se possam negociar os títulos e valores mobiliários.
Sendo assim, há um sistema eletrônico que permite operar as transações de compra e venda, permitindo assim negociações de maneira remota.
Por fim, o mercado de balcão desorganizado possui a representação através de agentes intermediários. Aqui, é possível vender ativos que não despertam interesse em outros mercados.
Entre as instituições intermediárias, é possível destacar as corretoras de valores e outras instituições financeiras. Esses entes negociam ativos que não possuem liquidez para serem negociados em outros mercados.
De fato, investir no mercado de balcão é algo que poucas pessoas procuram (talvez até mesmo pelo desconhecimento deste tipo de mercado), preferindo as negociações em bolsa de valores.
No entanto, esse não é um investimento para iniciantes: ele deve ser buscado por investidores mais experientes, como investidores profissionais ou até mesmo pessoas jurídicas.
Entretanto, nada impede que este busque por um ativo nesse mercado ou até mesmo busque um fundo de investimentos que aplique recursos nesse tipo de ativo menos líquido que está presente no OTC.
Porém, idealmente, o investidor pessoa física deve procurar opções com mais transparência e mais facilidade de negociação. Isso ocorre, por exemplo, no home broker das corretoras.
Sendo assim, a resposta é que depende do perfil do investidor e do seu apetite ao risco, muito embora esse mercado seja mais voltado para investidores experientes.
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